segunda-feira, novembro 10, 2003

COFFEE BREAK

Interrompendo momentaneamente o meu trabalho tedioso no computador, estava me coçando pra postar isso aqui. De repente, de quatro dias pra cá, vários amigos me perguntam o que vou fazer pro revéillon, quais meus planos, se vou pra praia, pra alguma festa. Pessoas, eu realmente não sei, nem quero saber. Eu não sei se é normal, uma vez que ainda faltam mais de 40 dias pro Ano-Novo, mas, sinceramente, não me vejo fazendo planos, seja pro Natal, Ano-Novo, Carnaval ou qualquer coisa que passe de, no máximo, três dias pra frente.

Descobri que agora vou viver do presente, o futuro não importa, porque não é certo mesmo. Expectativas muito altas só levam a decepções maiores. Não seria a ironia máxima se todos chegássemos a um ponto da existência onde achávamos já ter então realizado sonhos, nos descoberto, captado o sentido de nossas vidas, só pra perceber que muita coisa foi inútil, em vão? Patético, não? Não estou falando de mim, mesmo, é só mais uma das elucubrações do título deste blog. Pode acontecer com qualquer um. A busca por um sentido, um significado, só funciona a título de fé, de crença, muitas vezes cega, que pode ludibriar as pessoas durante o caminho percorrido. Não foi Lacan quem disse que os sonhos e ambições têm que ser absurdos, às vezes, pra que as realizações comuns da vida (encontrar alguém, arrumar emprego, casar, ter filhos) não causassem insatisfação, uma vez ocorridas? Então, pra que buscar por algo que não existe quando já se tem? Pra que se importar? Da mesma forma, fazer planos pra quê? Não quero constatar isso quando tiver 80 anos e minha vida estiver no fim, quero vislumbrar isso agora, hoje.

Sempre achei que tudo tinha um motivo e minha existência no mundo devia-se a um significado especial. E se não for assim? E se eu estiver fazendo hora extra no mundo? Quão insignificante eu me sentirei se chegar ao fim da vida e não tiver feito diferença em absolutamente nada? Por isso não me preocupo mais. I just don't give a fuck. E, sinceramente, quem estiver ao meu lado e não estiver nessa sintonia, que se foda.

Meu revéillon? Ah, na semana do Natal eu digo.
I NEED A BREAK, I NEED A BRAKE

Preciso parar esse fim-de-semana que não acaba nunca. Não agüento mais sair, beber, fazer coisas e continuar me divertindo. Eu não deveria estar me divertindo. A perspectiva dos próximos 7 dias também não me atrai, é balada atrás de balada. Festa da Cavídeo-Maldita-Casamento-Matriz-Bunker-Loud!, eu não tenho mais 20 anos!! E não consigo parar!! Há três dias que, chegam três da manhã, meu corpo se sente como se tivesse passado as últimas 48 horas numa rave trance com a mente cheia de bala. Ontem, Festival Hutus, lotado, bombando, ambiente agradável e tranqüilo, após o freak show do BNegão (o outro vocalista me fratura o tornozelo em pleno palco e o show continua rolando com o cara lá caído, cercado de equipe médica com maca e tudo), entra o MV Bill, um cara fodaço, com uma puta presença de palco, melhor do que 5.000 rappers paulistanos, faz um show do caralho e eu só consigo pensar na minha caminha. Flashback pras festas de Natal em família, com 6 anos, geral se divertindo e eu caindo pelas tabelas, resmungando "queroimbora!!!!", assim, desse jeito.

Hoje, Empório, mesa dos losers deprês (virou rotina de Domingo), quando a conversa generalizada começa a descambar pra tamanho de pau (a maioria na mesa era retumbantemente feminina) e congêneres e surge a seguinte frase no ar: " - Ah, mulher também tem de várias larguras, já saí com patricinha, carinha de princesa e, na boa, dava pra bater palminha dentro", você percebe que já é hora de ir pra casa...

A conta, por favor!!! Estou confeccionando meu adesivo com nome completo e a frase "Desovar em: Rua Dona Mariana,..."

sábado, novembro 08, 2003

E AS INJUSTIÇAS CONTINUAM...

Numa época em que a cena alternativa está repleta de poseurs, sejam eles indies, punks, rockers, metaleiros, não importa, gente que só sai à noite pra se mostrar e ser visto, não dando a mínima para a música que estão ouvindo ou o público que divide o mesmo espaço físico com eles, é uma ingrata e triste notícia a decisão da direção da Bunker de limar dos sábados a Eletroboogie, do Edinho. Se assim querem perpetuar a burrice já existente, parabéns, vocês conseguiram.. Mas não há de ser nada, que a Eletroboogie é mais duradoura e já está aí há muito mais tempo do que a Bunker. Logo, logo, ela terá outro lar e aí sim seremos felizes de novo no sábado. Enquanto isso, hoje tem Festival Hutus no armazém n. 5 do Cais e sábado que vem, Loud! especial no MAM, com Guitar Wolf e Autoramas!! Jeto genelation!!!!!!

NO MEU PLAYER

em alta rotação nesta semana:

311 - Evolver - Uma de minhas bandas preferidas acabou de lançar seu melhor álbum desde Transistor, de 97. Deixando um pouco de lado as viagens de Soundsystem e From Chaos, eles retomaram o som pesado de riffs grudentos e continuam mostrando sua trademark inconfundível. Mudar pra quê?

Killing Joke - Killing Joke - A nova empreitada do KJ após sete anos de inatividade recrutou Dave Grohl pra trás das baquetas e ainda conta com participações especiais de Andy Gill (Gang of Four), também produtor do álbum, e dos ex-baixistas Youth e Paul Raven. Não há muito o que falar, só ouvir. O melhor álbum de metal de 2003, provando que Grohl deveria ser acorrentado pra sempre atrás do seu drum kit e que Jaz Coleman, com certeza, come areia antes de cantar. Minhas preferidas: Blood on Your Hands e Seeing Red.

Outkast - Speakerboxxx/The Love Below - Na verdade dois álbuns solos gravados por seus integrantes, Big Boi e Andre 3000, as almas perdidas mais loucas do hip-hop voltam, mais uma vez, acertando na medida. Tem algo de ruim pra se falar deles? Impossível. As diferenças entre um álbum e outro resumem-se à temática, um mais festeiro, outro centrado nas relações amorosas. Mas ouça a batida alegre de "Hey Ya", de Andre e pode-se ver a mesma vontade de festejar que em "The Rooster", de Big Boi. Ouça, mesmo que você ache que não gosta de hip-hop. Você pode se surpreender.

quarta-feira, novembro 05, 2003

TIM BALADA Um fim-de-semana e tanto, diria o mais preguiçoso. Olha, nem eu tenho saco pra contar tudo o que se passou, desde os amigos paulistas que encontrei e ciceroneei até a quantidade de álcool ingerida, passando, claro, pelos shows, então vai um resuminho aí. Também, geral já postou em blogs e fóruns o que achou das bandas, então ninguém vai querer saber o que eu penso. SEXTA: SEVEN-DIGIT ARMY Noite de altos e baixos, em ordem decrescente. Do FELLINI eu não preciso dizer nada, faz samba, já morreu há 15 anos e esqueceram de enterrar. Ah, e ainda é do Midsummer Madness. Como disse uma amiga minha (não que eu concorde integralmente, mas foi engraçado), "é tão chato quanto o cineasta". SUPER FURRY ANIMALS, pra mim, foi o grande show do festival, uma verdadeira surpresa. Isso porque eu só gostava de 50% da obra deles e os caras conseguiram tocar os 50% bons. O álbum de que mais gosto, Rings Around The World, foi privilegiado, sem contar que a perfeita integração entre som e imagem nos telões (com direito até a politicagem clichê), somada aos recursos próprios de espetáculo da banda (sumir por um tempo no bis e voltar mais "peluda", cantar com um capacete do Changeman), garantiu o entretenimento da platéia. E olha que a banda tem vocalista com nome de resmungo. THE RAPTURE, se não me convenceu do hype a que são submetidos pela imprensa mundial, pelo menos foi muito competente, colocando a galera pra dançar. Demorou pra engatar, cometendo até um erro de descompasso por parte do batera (tão grotesco que pareceu proposital), mas, da metade pro fim, não fez feio e surpreendeu tanto a platéia, que não conhecia a banda tão bem, quanto a si próprios, que com certeza não esperavam essa receptividade. WHITE SHITES fez o show que eu já previa, ainda mais sem-graça. Olha, eu sou paciente e faço o possível, mas ainda não consigo entender a predileção das pessoas por essa MERDA DE CU DE CARALHO DE PORRA DE BANDA!!!! Ah, vai se fuder, ainda me entra no palco com uma pose de "só tô aqui porque me pagaram" e cagam geral pro público. Ainda bem que ele não aproveitou as cores e entrou com a camisa do mengão. Eu cuspia no filho da puta!! Pior show do século! Ah, depois fui embora. Erol Alkan de cu é rola. SÁBADO: SEU MARACATU EU NÃO SEI, MAS A MINHA ROUPA PESA UMA TONELADA Ainda mais depois da chuva. Putz, ninguém merece sair de casa EXATAMENTE quando o mundo resolve desabar, pegar alagamento no final do Aterro e se molhar todo pra ir do estacionamento da Cinelândia pro MAM, só pra descobrir que os shows estavam atrasados e eu não perderia a primeira banda a que eu tinha ido assistir. Que não era o NAÇÃO ZUMBI, diga-se de passagem. Mas pude conferi-los assim mesmo, molhado e com frio. Ou seja, não deu mesmo pra apreciar. Mas meu olho clínico percebeu que eles estão cada vez mais pesados e à vontade no palco e que Lúcio Maia ainda é um dos melhores guitarristas brasileiros. Pra quem pôde curtir, bom show. Já o THE STREETS foi a grande decepção. Mike Skinner parecia um turista inglês que tinha acabado de dar um rolé em Ipanema e passou lá pra dar uma canja. A banda é fraca de dar dó. Batidas alucinantes do álbum, como "Sharp Dartz" e "Don't Mug Yourself", ficaram parecendo clones do Sublime. Pena, porque o álbum é fodaço. Nem a pose de bêbado convenceu. Só pras pistas mesmo. E a criatura saída das páginas de um mangá dançava ao meu lado, bem lá na grade, a mesma que bebeu da garrafa de uísque de Mike. Sinistra!! E do show do PUBLIC ENEMY, só posso falar de uma parte. Olha, aprecio bastante como uma banda pode passar mais de 15 anos com o mesmo discurso e continuar relevante e atual, mas a banda de apoio com que eles se apresentaram foi uma faca de dois gumes. Às vezes, soava como Body Count, às vezes como Living Colour. E ambos os originais são infinitamente melhores. O que não prejudicou a primeira parte do show, muito pelo contrário. A energia de Chuck D, Professor Griff e Flavor Flav (que está A C-A-R-A do finado Sabotage) ao executar clássicos como "Bring tha Noize", "Don't Believe the Hype", "911 is a Joke" e "Fight the Power" é admirável pra quarentões como eles e aí foi, pra mim, o segundo melhor show do Festival (cerca de uma hora). Mas chegou a parte em que só sobrou a tal banda de apoio (7th Octave, parece), um arremedo nu-metal/Fishbone muito do caricato, com o Griff no vocal. Isso porque já tinham se passado uns 15 minutos de baboseira com o Flavor Flav na batera (só perdendo em tosquice pra Meg Shite) e acompanhado de um suposto integrante dos Wu-Tang Killa Bees, um grupo que deve ter, provavelmente, 3.489 membros. Foi a hora de dar um passeio. Meia hora depois, ainda estavam no palco. Só nos últimos 10 minutos, voltou a banda inteira pra mandar mais umas musiquinhas. No total, mais de duas horas de show. Gostaram mesmo do palco. DOMINGO: JOGA A DINAMITE NO MEU BARRACO O After de sábado, que começou às 3 da manhã de domingo, após um empurra-empurra digno de final no Maracanã, deu uma ótima impressão do que é ser kitsch, ser hype e ser poseur, separadamente ou ao mesmo tempo. Porque, tirando as discotecagens do , do GORDINHO e do nosso EDINHO, que foi ótima como sempre, mas curta e sem surpresas pra quem freqüenta suas noites na Matriz e Bunker, todo o restante foi um produto embalado pra agradar a platéia lotada de gente que nunca foi a um baile funk sequer. Ora, eu curto funk, tenho vários Cd's e estou sempre adquirindo novas coletâneas nos buracos da vida, além de já ter ido a diversos bailes quando mais novo, a maioria em Campo Grande, claro. Funk pra mim nunca foi moda, só algo que sempre tocava no bar da esquina. Por isso, não tenho a menor vergonha de dançar ou fazer trenzinho. Mesmo tendo gente lá que apreciava as apresentações como se estivesse no zoológico, acho que os desencanados se divertiram mais. A PEACHES foi pra muitos um puta show, pra mim foi só Fake até a alma. Divertido por 10 minutos e só. Aquela atitude enlatada pra consumo não me convenceu. Só aos poseurs. Nada do que ela fez deixou de soar premeditado, mas isso já era esperado, afinal, a música é fraca. Salvam-se o remix que o Iggy Pop fez da música dela e a batida de "Fuck The Pain Away". E sangue cenográfico e lambida de suvaco só espantam quem toma banho de loja na U2 e pensa que é underground. Beijo na boca de fã??? Pffff!!!!! NEXT!!!! Cadê a Gretchen????? Quanto ao DJ MARLBORO e convidados, fizeram o correto, sem exageros, menos divertido e pornográfico do que num baile de verdade, mas empolgante anyway. Relembrar os clássicos como o "Rap da Felicidade" e o "Rap do Borel" foram o máximo, mas aquela coisa de ficar jogando chaveirinho e camiseta cansou. Dos convidados, Os Karrascu's perderam uma ótima oportunidade de deixar os indies de cabelo em pé, por não terem cantado (sic) o clássico "Os Três Tenores", que sampleia descaradamente "Bittersweet Symphony", do The Verve. Deu 7 da manhã e não tive mais fôlego pra esperar pela Tati Quebra-Barraco, Serginho e Lacraia. Parti. O show da Tati nunca poderia igualar o que presenciei dela na Quarta-feira de Cinzas em Arraial D'Ajuda, com o Mr. Catra, em 2001, chegando a cantar "Chatuba de Mesquita " ao vivo e sem censura. Mas eu tenho certeza de que deu banho no da Peaches. BITS AND PIECES Meu café-da-manhã agora é mais junkie!! A Kellogg's acabou de lançar o cereal Special K, de flocos de arroz tostados. E o pior: Tô viciado!!!! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Passei nas bancas hoje e quase surtei de rir. Na parte dos DVD's, tinha um pornô gay com o singelo título: "Me Atirei no Pau do Gato"!!! Alguém devia dar um prêmio por criatividade pra esses caras!! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Preciso urgentemente perder meus escrúpulos e ser menos autêntico. Alguém se habilita a me dar um curso?
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