sábado, agosto 25, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN – PARTE IV

Já chegou a hora do programa terminar
Mickey Mouse...
(logo nos veremos de novo!)
Vai partir...
(porque gostamos de vocês...)
Vai se despedir...


Despedida do Clube do Mickey, nos anos 80.

That's all, folks! Adoraria cumprir a promessa de digitar as coisas conforme iam acontecendo, que fiz pouco antes da minha viagem, mas infelizmente a ausencia de Internet em altas horas (convenhamos, as unicas em que se pode escrever quando se esta viajando e vendo mil coisas) na maioria dos lugares onde estive prejudicou meus planos. Se ha um grande arrependimento, eh o de nao ter trazido um laptop, nao so por se poder escrever a hora em que quiser, mas tambem porque se tem uma coisa que existe aqui em grande oferta, e de graca, eh ponto de wi-fi. Ah, e seguranca para carregar seu computador e abri-lo aonde for.

Claro, isso nao quer dizer que eu esqueci de relatar as coisas, apenas vou fazer com atraso, assim que chegar ao Rio, na segunda, ja que parto hoje para Miami. Como chego tarde e o dia amanha sera reservado para ultimas compras, esta eh minha ultima postagem em terras estrangeiras. Tudo vira a seu tempo, integralmente. Eh muita coisa pra contar. Rock The Bells, Virgin Festival, EUA em geral, cidades, lugares, cemiterios, lugares mal-assombrados, tudo aguardando relato.

Ainda vou falar bastante de New Orleans, mas so pra encerrar no clima e aproveitar o titulo com trocadilho, concluo as observacoes gerais sobre a cid
ade e o que o Katrina conseguiu com sua furia. Bom, nunca mais NO sera a mesma. Ainda que todos que sairam da cidade voltem, que ela seja toda reconstruida (acho muito dificil depois do que vi ontem) e que o turismo volte ao normal, a marca deixada pela destruicao e pelo descaso que sofreram suas vitimas eh muito profunda.

Ha aqueles que sofrerao eternamente pelas perdas, ha os que acharam um meio de contornar a tragedia, seja pelo humor, seja pela musica, seja pela indiferenca. Melhores frases de camisetas a venda nas diversas lojas de turistas: "KATRINA GAVE ME A BLOW JOB I'LL NEVER FORGET", "FEMA EVACUATION PLAN: RUN, MOTHERFUCKER, RUN!" e "MAKE LEVEES, NOT WAR". As galerias e lojas de arte do French Quarter todas tem alguma obra que se refere ao furacao, algumas ate de series ou personagens criados.


O Lower Ninth Ward eh um lugar-fantasma. Ao se passar por la, ve-se ainda o que sobrou das casas, as lojas fechadas, um Six Flags abandonado, a linha amarelada na parede das casas indicando ate onde a agua chegou, grandes espacos vazios de onde casas foram arrancadas, um tumulo em formato de bairro. Foi onde a agua chegou a mais de dez pes e nao sobrou diferenca entre terra e o lago Pontchartrain.

No telhado das casas, as marcas caracteristicas da enchente, sinais em "X" onde a FEMA colocava nos lados o numero de pessoas e animais de estim
acao mortos encontrados. Com excecao das casas, de alguns indicios de destruicao ainda nao removidos, como barcos atolados, um farol que caiu, montinhos de lixo e entulho aqui e acola, a maioria dos destrocos ja foi retirada. Mas as fotos que vi de quando a agua baixou sao impressionantes.

As outras areas alagadas em menor escala, como Gentilly, a area da London Ave., Carrolton, tambem tem os mesmos sinais. Mas nestas a quantidade de casas ja em processo de reforma e reconstrucao eh bem maior. No Lower Ninth Ward, a devastacao impera. Um grupo de musicos, em especial Harry Connick Jr., Brandford Marsalis e Dave Matthews, ajudou
a custear uma associacao que esta construindo a "Musician's Village" na parte superior do Ninth Ward. As demais areas alagadas da cidade sofreram bem menos. Mas afetaram mesmo os bairros que escaparam, como o French Quarter e o Garden District, onde os bondinhos nao funcionam ainda. E eh fato que sem a ajuda do Governo Federal (dinheiro!!), as reformas mais necessarias, ou seja, replanejamento dos diques e da costa de New Orleans para evitar uma futura inundacao, que vai eventualmente ocorrer se as obras nao forem feitas, nao estao acontecendo com a rapidez como deveriam.

Spike Lee acabou de estrear na HBO um otimo documentario sobre o assunto, When The Levees Broke
, do qual assisti um pedaco ontem e pretendo baixar assim que chegar em casa. Coloquei as fotos que tirei ontem no Flickr.

Gente como David Fountain, que mora no Ninth Ward e enfeitou sua casa inteira, ate o teto, com instrumentos musicais e manequins, montando a Katrina Band, tem o bom-humor e a ironia de que todos precisam pra colocar em pratica as tres palavras de ordem espalhadas em bandeirolas por toda a cidade, como se pode ver abaixo:

Triste, triste. Foda este lugar, ainda mais para amantes de lugares assombrados e cemiterios como eu.

Bom, eh isso. See ya in Rio.

sexta-feira, agosto 24, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN? - PARTE III

A primeira coisa que se pensa ao se chegar a New Orleans eh que o fato de nao haver mais noticias sobre o Furacao Katrina que quase destruiu a cidade ha dois anos significa que ela ja se reconstruiu em boa parte e que nao ha mais problemas. Basta um passeio por qualquer lugar daqui e uma conversa com qualquer morador pra saber que isso esta incrivelmente longe da realidade. A cidade ainda luta para reconstruir corpo e espirito perdidos em parte com a catastrofe. Nao ha como esquecer o fato, o nome "Katrina" esta nos jornais locais diariamente. E mesmo as partes nao afetadas diretamente pela inundacao, como o French Quarter e o Garden District, sofrem as consequencias.

Uma tour hoje de manha pelas regioes mais castigadas pela inundacao, principalmente o Lower Ninth Yard, faz perceber que uma area de centenas de milhares de casas ainda esta deserta, uma cidade-fantasma, onde mesmo bancos, Wal-Marts e e o comercio inteiro estao fechados, a espera ou de reconstrucao ou da volta de moradores, muitos ainda embananados com tramites legais de indenizacoes de companhias de seguro, embates com a FEMA e a Prefeitura e, infelizmente, um jogo de empurra violento das autoridades e engenheiros sobre a quem cabe a culpa pelo rompimento dos diques e a consequente inundacao. Ja se sabe que o Katrina nao foi tao violento assim e que New Orleans ate estava numa area relativamente segura do alcance do Furacao. O problema mesmo foi que os diques nao aguentaram a pressao do Lago Pontchartrain e arrebentaram ou vazaram.

Em meio a revolta de quem perdeu tudo ou viu pessoalmente ou pela TV cenas de tragedia e destruicao, eh admiravel o espirito de que a cidade se imbuiu para tentar trazer de volta a alegria ao berco do jazz, porta de entrada de boa parte dos frutos-do-mar no pais, um de seus principais portos e aquela que eh considerada uma das cidades mais liberais dos EUA. Falta muito ainda, pelo menos mais uns 8 anos, segundo previsoes. E com tanta discussao legal, o principal elemento necessario, ou seja, o dinheiro, esta dificil de ser liberado. Quanto a disposicao do Governo pra ajudar, todo mundo viu, ate nos no Brasil, como eles foram incapazes de fazer uma operacao decente de resgate e socorro e nao deram a minima para os desabrigados e vitimas, a maioria pobre e negra.

Sabe aquelas cidadezinhas no meio do nada, no Espirito Santo ou Bahia, aonde paulistas e cariocas vao passar o Carnaval? Chega a Quarta-Feira de Cinzas, menos de 1/6 das pessoas que passaram os 4 dias ali circulam pela rua, como se nao acreditassem que o Carnaval acabou e ainda estivessem tentando resgatar a libertinagem de outrora. Pois bem, eh exatamente assim que esta a noite na Bourbon Street, a famosa Bourbon Street, desde que cheguei. Quase patetico, um misto de Rua Augusta, com suas casas de show erotico, com Copacabana e as lojas de artigos e lembrancas turisticos. Barulhentas casas de show com musica ao vivo, a maioria de vazia a meia-boca, uma sombra do que deveria ser. Ta, esta nao eh exatamente uma estacao turistica, ainda mais com esse calor todo, mas nao deixa de se passar a impressao de que alguma centelha ainda precisa ser acesa por aqui.

New Orleans eh um lugar onde se pode beber na rua, ao contrario do resto dos EUA, onde sempre houve o espirito do hedonismo como principal propaganda da cidade, seja por sua extrema musicalidade, seja pelo lado mistico do vudu, seja pela libertinagem que aqui eh incitada. Chegou a ser o lugar onde os escravos eram melhor tratados em seculos passados, onde havia homens de cor livres e onde o racismo ocorria em menor escala. Isso mesmo sendo parte de uma regiao centro-sulista extremamente segregacional e agressiva. Levando-se tudo isso em consideracao, nao eh de se espantar que muita gente compare a tragedia do Katrina com uma desgraca divina a la Sodoma e Gomorra. Eh o mais perto que se pode chegar de uma associacao biblica.

A grande diferenca eh que as falhas aqui foram humanas e o poder de reconstrucao esta na mao de humanos. Sera que da?

Mais tarde eu volto, vou ali na casa da Anne Rice tomar um cafe com as Mayfair Witches.
QUEM MEXEU NO MEU CAJUN? - PARTE II

Dialogo mais cedo no Bastille Cafe, unico internet spot remanescente no French Quarter pos-Katrina:

Chacal: - Eh uma pena que este seja o unico lugar pra se acessar a Internet daqui, ja que fecha as 20h.
Dono: - Bom, havia outros, mas a maioria ou perdeu o que tinha depois da tempestade, ou teve que fechar por falta de movimento. Mas para a sua sorte, ha um Fedex Kinko's no Central Business District (CBD) que acabou de voltar a funcionar 24 horas.
C: - Justamente o que eu queria! Onde fica?
D: - Na esquina da St. Charles com a Julia St. Tem um onibus que passa na Magazine St., duas ruas abaixo, e o bonde passa na propria St. Charles, mas para de circular cedo.

23:20, apos tomar uma cerveja e desistir da turistada meia-boca que mal anima a Bourbon Street, pego o ultimo onibus para a esquina da Magazine com Julia. Fica a cerca de 8 quarteiroes da Canal St., que, por sua vez, fica a 9 quarteiroes do meu hotel e eh a rua que separa o French Quarter do CBD (o centro da cidade daqui).


Nas ruas, ninguem. Deserto. Vejo a Fedex Kinko's na esquina. Fechada. Mil desejos de morte passam pela minha cabeca. Volto a pe os 17 quarteiroes, parando apenas pra digitar estas linhas, de pe, num terminal Tabajara no Holiday Inn, do qual finjo ser um hospede.

FILHO DA PUTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!

Amanha eu prometo que escrevo por aqui.

quinta-feira, agosto 23, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN?

Sittin' on a sack of beans
Sittin' down in New Orleans
You wouldn't believe what I've seen
Sitting on that sack of beans

Lunatics on pogo sticks
Another southern fried freak on a crucifix
Hicks don't mix with politics
People on the street just kickin' to the licks

Yes my favorite place to be
Is not a land called Honah Lee
Oh, mentally or physically
I wanna be in New Orleans

Eis-me na parte final de minha viagem, diretamente do French Quarter, sob um calor infernal de verao no Rio. Infelizmente nao ha internet 24h aqui por perto, dai eu nao ter escrito nada ontem. Como daqui a pouco tenho uma tour pelos cemiterios da cidade, emendada na Katrina Tour, volto mais tarde. Nada como ver os novos pontos turisticos.

A letra acima eh um trecho de uma de minhas musicas preferidas do "Blood Sugar Sex Magik", do RHCP, "Apache Rose Peacock", e desde que a ouvi pela primeira vez, eu quis vir a New Orleans. Estava pra vir em 11/2005, mas ai todos sabem o que aconteceu ha quase dois anos. Pena, o lugar eh lindo e convidativo, apesar da epoca atual de calor e umidade. Mais sobre NO depois.

Hoje a noite: Caindo na estrada, dirigir nos EUA, produtos e curiosidades americanas, Saratoga e Atlantic City.

Ate.

terça-feira, agosto 21, 2007

PIMPIN'

Bom, vou ficar devendo nas atualizacoes ate chegar quarta em New Orleans. Estou em Houston, a cidade onde ninguem anda na rua ou a pe e dando atencao pro meu camarada Kamache, nao rola de ficar nerdando aqui. Mas pelo menos da pra postar algumas atividades em que venho fazendo incursoes, como esta aqui:



Ate la.

domingo, agosto 19, 2007

ALGO ERRADO

O inferno astral nao deveria terminar no dia do nosso aniversario? Hmmm, acho que me pregaram uma peca. Senao vejamos:
1 - O Rock The Bells ontem foi maravilhoso, mas termos ficado expostos ao vento frio da Baia de San Francisco enganou todo mundo quanto a continua exposicao ao sol e o inevitavel resultado: todo mundo vermelho e torrado. Acordei hoje como um camarao assado e doido;

2 - O valet park do hotel, que eu achava poder facilitar a minha vida, complicou: atrasou meia hora na devolucao do meu carro e acabei chegando tarde demais pro check-in. Ou seja, perdi o voo, so saio de SF as 3 da tarde e, com conexao em Denver, so encontro com o Kamache a meia-noite em Houston. So much for a nice birthday dinner.

3 - O Kamache disse que uma tempestade se aproxima da America Central a todo vapor. Daqui a uma semana faz dois anos que o Katrina arrasou New Orleans. Dependendo das coisas, vou ter que fugir junto com ele e a esposa. Nao sei como sera o desfecho de minhas ferias.

Fora isso, tudo bem, Murphy, fuck you very much.
VERSAO 3.5

O tempo eh uma coisa estranha. Nesta semana, estava numa deli qualquer de Los Angeles comprando um sanduiche e refrigerante para levar e rolou quase um deja vu de cerca de um ano atras. Lembrei-me perfeitamente, naquele instante, de quando estava em Dublin, na minha viagem de 2006, no ultimo fim-de-semana, e resolvi fazer um piquenique no St. Stephen's Green. Mas nao foi uma simples lembranca. Veio a minha mente uma imagem perfeita minha sentado na grama, abrindo o saquinho de batatas-fritas, bebendo um Dr. Pepper e cortando um pedaco de brie para colocar na torrada. Ao fundo, familias passeavam no parque ensolarado, apesar do vento frio. Com a imagem vieram o cheiro do brie fresco, o frio do vento cortante, o burburinho das criancas e casais na grama e circulando. Foi assim, uma lembranca perfeita. E parecia que so havia se passado cinco minutos daquele domingo do comeco de setembro.

Sera que eh assim que o tempo parece depois de certa idade? Sera que a incapacidade de se absorver muita coisa nova por sobrecarga de informacoes faz com que os dias se parecam iguais e, logo, uma serie de 30 dias parece um so? Porque, pela primeira vez, nao so mal pareceu que um ano se passou, como esta eh a primeira viagem em que me encontro onde 24 horas parecem mesmo 24 horas, e nao 36. Ta, eu ja conhecia varios dos lugares aonde vim, nao havia muito para se ver e vim mesmo em funcao dos shows. Mas a iminencia da meia-idade me faz ter esses devaneios mesmo, eh normal.

Hoje completo mais um ano de existencia e continuo nao me encaixando naquela imagem que eu imaginei que teria no ano 2000, quando tinha apenas 10 anos: gordo, careca, casado, com 3 filhos. Mas ate um genio como Kubrick imaginou que estariamos no espaco em 2001, nao?

Hoje: Houston. We don't have a problem.

sábado, agosto 18, 2007

ENCOSTOU, CONTRAIU, RELAXOU... AI, QUE SUSTO!

Foi basicamente assim que meu dia de ontem quase inteiro se passou. A malvadeza de Murphy em fazer o dolar comecar a subir enquanto gasto horrores foi desnecessaria. Contatos com o banco e administradora de cartao, frequentes checagens nos jornais e saques descontrolados em ATM's. Vamos ver como as coisas rolam nos proximos dias, mas que foi um puta susto, foi sim. Mas nada que me iniba de ter ido a Amoeba Records assim que cheguei aqui em San Fran e comprado mais.

Los Angeles na quarta-feira nao prometia muita coisa. A temperatura mais amena, mas ainda quente, nao favorecia os passeios a pe e eu nao estava muito a fim de encarar uma praia. O jeito foi passear novamente pelo Hollywood Blvd., no trecho turistico, conhecer o Kodak Threatre, que estava em construcao da primeira vez em que estive aqui, desviar de pedintes e de maes que me perguntavam "voce viu alguma estrela na calcada de alguma atriz recente, que minha filha de 13 anos possa reconhecer?" Vontade de responder "minha senhora, vi as da Britney e da Lindsay Lohan, ali, pertinho da sarjeta mais nojenta". Com o Museu da Morte fechado temporariamente, nao sobrou muita coisa de interesse.

O show das Gore Gore Girls na filial angelena da Amoeba foi mais ou menos. Som de garagem honesto, mas nada de especial. Tinha marcado com o Radich, um amigo de adolescencia que morava la ha anos, e acabamos dando um pulo em North Hollywood, perto da casa dele, pra tomar um cafe no Starbucks e falar da vida. E eu fiquei quase convencido a comprar um Mac e comecar a mexer com musica, mixagens e discotecagens pra valer. E foi algo que acabei realmente decidindo mais tarde, ao ver o show do Z-Trip no House Of Blues. Mas isso eu so vou falar com calma amanha. Preciso acordar cedo, as 11 e pouco (3 e pouco no Rio) ja tem show no Rock The Bells.

Fiquem com o Detroit Cobras encerrando o show do Troubadour de ontem com minha musica favorita:


sexta-feira, agosto 17, 2007

INTERLUDIO

Saindo de LA e pegando a estrada para San Francisco, como amanha tem Rock The Bells ja cedo e nada de bom hoje, devo postar varias coisas atrasadas e recentes aqui mais tarde. Aguardem.

See ya soon.

quarta-feira, agosto 15, 2007

DEIXA DE SER PELA E BAIXA LOGO

Pela eh o nome da banda. O album eh "Anytown Graffitti". Fizeram um show memoravel ontem no Spaceland, clubezinho hype de Silverlake. Eclipsaram a banda principal, Film School, legal tambem, mas so. Claro, precisam de um produtor melhor, menos presepadas do vocalista (o pessoal do ...Trail Of Dead ja cobriu tudo nesse aspecto) no palco, embora a musica seja honesta e despretensiosa, e ainda estao um pouco verdes, mas prometem e muito. As musicas sao pegajosas e empolgantes, um misto de Pixies, Editors e ainda resquicios do pos-punk do Brooklyn (de onde eles vem), mas eh um otimo comeco. Poderoso album. Oucam "Drop Me Off" e julguem voces mesmos. Ah, gravei um pedaco do show:



Ate mais tarde. Por enquanto eh so.

terça-feira, agosto 14, 2007

CALIFORMIGATION

Meus bracos estao dormentes. Ta, estavam quando entrei naquele voo Chicago - L.A. hoje de manha. Dormentes de carregar duas malas pesadissimas (era so uma quando sai do Rio) e uma mochila comprada ontem para levar as mais de 20 revistas ja adquiridas. Papel pesa. Pena. A corrida em meio a chuva que castigou Chicago de manha cedinho nao adiantou: perdi o aviao. O gentil atendente conseguiu me colocar num voo direto (!!!) pra ca, enquanto o primeiro faria conexao em Phoenix. Arizona nunca mais. Valeu, Murphy, nem te xingar eu posso. Mas, apesar de ter apelido de terrorista, terei eu tambem cara de um? Porque eh a terceira viagem seguida em que sou selecionado para um "special screening". Nao, detratores, nada de "full cavity search".

Digito estas linhas de um cafe na Melrose Ave. Que decadencia, longe da Meca da moda alternativa que conheci em 2001. Algumas lojinhas trendy, outras "engana-turista" e todas vazias, vazias. Parece que o centro indie agora esta na remota Silverlake, aonde vou daqui a pouco, no Spaceland, conferir os shows do Film School e do Pela. Amanha tem Gore Gore Girls de graca na Amoeba Music e festa do DJ Z-Trip e do Aceyalone e a galera da Quannum no House Of Blues. Quinta tem o Detroit Cobras no Troubadour. So fervecao. E compras, claro.

Mais tarde, se eu achar um internet cafe 24 horas barato (a Kinko's eh muito cara e o dolar esta subindo, para meu desespero), continuo a postar aqui, com o comeco da narrativa das aventuras na estrada. O domingo do Rock The Bells eu vou obliterar, ok? Perdi as fotos e videos e verei de novo no sabado, faco uma resenha digna. Basta dizer que nunca me imaginei andando na 125th St. , em pleno Harlem, a meia-noite de domingo.

domingo, agosto 12, 2007

ILLINOISE

O titulo nao tem absolutamente nada a ver com o album insuportavelmente chato do proto-mala Sufjan Stevens, mas eh perfeito para se descrever o burburinho que surge no Estado tao logo se comece a falar de sua cidade mais ilustre, onde me encontro ao digitar estas linhas. Chicago, terra dos Smashing Pumpkins e dos Irmaos Cara-de-Pau, do Clube dos Cinco e de Ferris Bueller, onde Al Capone, John Dillinger e John Wayne Gacy (Pogo) fizeram suas estripulias, cidade da Sears Tower e das maravilhas arquitetonicas de Frank Lloyd Wright, do trem elevado (The El) e onde foram inventados, entre outros, a cerveja em lata, os Twinkies, o "foot-long" hot-dog e a pizza de massa grossa.

Pensa que eh pouco? No comeco do seculo, Chicago brigava com NY pelo titulo de maior metropole dos EUA, mas perdeu pela fama da outra, dai levar o apelido de "Second City" ou, menos pejorativamente, "Windy City", nao pelos ventos, mas pela galera que vivia reclamando que Chicago era a melhor metropole, chamados de "boosters". Infelizmente, durante a Lei Seca, a atividade dos gangsters queimou o filme daqui, sempre citada como um antro de criminalidade. Isso sem contar que eh terra de serial killers famosos como Gacy, Leopold e Loeb (que inspiraram "Festim Diabolico", de Hitchcock) e Richard Speck, alem de outros menos notorios. Mas nao deixa de ser um lugar impressionante, principalmente para estudantes e admiradores de Arquitetura e amantes do bizarro. Encaixo-me nas duas categorias.

Ontem, depois do show do 311 no Charter One Pavillion, perto do campus dos museus, a volta pela orla do Rio Michigan e a vista do skyline do centro de Chicago, o famoso "Loop", era de tirar o folego, ainda mais com as luzes. Nenhuma foto poderia traduzi-la, ainda mais da minha camera mixuruca. Hoje ja rolou passeio no Oak Park para contemplar as obras do Frank L. Wright, pulo no teatro onde John Dillinger foi encurralado e morto pela policia e no palco do famoso massacre do St. Valentine's Day, alegadamente cometido a mando de Capone. Amanha tem passeio pelo Loop, visita ao Field Museum, ao Chicago Historical Society e ao Museu da Policia, onde ha mais bizarrices e, se sobrar tempo, conferida no Murder Castle, no local do Crime da Salsicha, na casa de Al Capone, na Hull House, onde teria sido criado o bebe-demonio que inspirou o "Bebe de Rosemary" e na Robie House de Wright. Infelizmente a casa onde Gacy morava e enterrou os corpos de suas vitimas, ou melhor, o lugar onde outra casa esta agora, fica muito longe, nao da pra ir sem perder uma tarde. Fica pra proxima.

CURTAS E GROSSAS:

1 - Ja entraram em algum lugar e tiveram vontade de comprar tudo? Claro, para qualquer consumista, os EUA sao um sonho (ou pesadelo), principalmente quem gosta de coisas estilosas, trendy e fashionable. Mas acho que nenhuma loja que vi ate hoje se iguala a livraria indie-alternativa (perdoem o cliche) Quimbys. Eu juro, se pudesse, levaria inteira. Dona da melhor colecao de livros, revistas, quadrinhos, zines (!!!!) e pequenos brinquedos da contracultura que eu ja vi, merece uma visita. Claro, ela vende online, mas neste caso, eh melhor consultar o acervo e procurar lugares mais baratos. Inacreditavel.

2 - Estreou na semana retrasada aqui a serie "The Two Coreys". Para quem tem mais de 30, deve se lembrar dos mascotes do chamado "brat pack", os atores Corey Haim e Corey Feldman, que estrelaram varios classicos jovens dos anos 80, como "Gremlins", "The Goonies", "Conta Comigo", "Os Garotos Perdidos" (onde comecou a parceria de ambos), "Sem Licenca pra Dirigir", entre outros. Ambos comeram todas as menininhas possiveis nessa epoca, sendo que Feldman era sempre o estilo "bad boy", enquanto Haim era o bom rapaz. Como as coisas mudaram, ja que Haim foi quem caiu mais pesado nas drogas, de ambos, e pelas fotos da serie, parece que tem 55 anos.

Aparentemente, o enredo resume-se a ambos tentando reviver sua fama de antigamente. Feldman ja havia participado de um reality show, "The Surreal Life", onde conheceu e se casou com Susie, que tambem trabalha na serie nova. Eu juro, preciso conferir essa perola assim que chegar no Brasil, mesmo que por uma curiosidade morbida. E quem me conhece sabe que curiosidade morbida eh o que nao falta em mim.

3 - The Hello Experiment - Colocaram varios artistas juntos e mostraram a eles o video de "Hello", do Lionel Richie. Em seguida, eles foram instruidos a esculpir em barro, com os olhos vendados, um busto do cantor. So vendo para acreditar.

4 - Delicia do dia: Sorvete de cafe com amendoas torradas. E salgadas. Indescritivel. So lembrando que aqui esta sol e calor.

Ate mais.

sexta-feira, agosto 10, 2007

INTERLUDIO

Mais um show dos Beastie Boys, agora na McCarren Park Pool, no Brooklyn, um show esgotado do The Cribs no Bowery Ballroom em que nao consegui entrar e o prenuncio de meu ultimo dia completo em NYC. O tornado de ontem que atrapalhou minhas compras de manha, alagou tudo e parou ate o metro (eu nao vi, so acordei levemente com trovoes e apaguei de novo) foi um agravante desnecessario, a noitada de ontem com o Melvin e o Lins no Beauty Bar, que me fez acordar as 11 hoje, foi um agravante necessario.

Isso eh so pra dizer que talvez eu so venha a atualizar isto aqui novamente no sabado, ja de Chicago. Com resenhas de todos os shows atrasados, links de videos no YouTube e fotos no Yahoo e Flickr. Amanha eh dia de compras, Coney Island (com o Freak Circus Sideshow) e show instrumental dos Beasties, de terno e gravata. Classe.

ERRATA:

1 - A K-ROCK de NYC nao tem nada a ver com a KROQ de L.A., sao duas radios diferentes;

2 - A McCarren Park Pool nao fecha cedo porque ha uma lei local, mas sim porque ainda tem o material e a acustica de quando funcionava como piscina, ate o comeco dos anos 80. Dai reverberar por boa parte do Brooklyn e incomodar a vizinhanca;

3 - A musica tocada pelo Muse de que tive duvida foi Hoodoo.

terça-feira, agosto 07, 2007

FUCK YOU, DELILAH

Well, well, well, finalmente de volta a NY e ja sofrendo os efeitos da maratona de shows do finde emendada com o show do Muse ontem no Madison Square Garden. Eis-me aqui em New Jersey, na loja mais recente do Mr. Kim. Para quem nao sabe, Yong-Man Kim eh o dono da famosa e famigerada loja alternativa de DVD's e videos raros Mondo Kim's, um dos tesouros underground do West Village (tambem tem uma menor no East). A loja aqui de Newport eh bem arrumadinha, ao contrario das sujas instalacoes da St. Marks Place, mas tem as mesmas promocoes imperdiveis e, de lambuja, otimos terminais pra internet.

Calma, calma, passei um tempo sem escrever porque em Baltimore nao havia conexao. Mais sobre o Virgin vira em breve, aguardem so pra ver. Por enquanto, deixem-me apenas expressar meus 5 minutos de mau humor, para nao perder o costume, que se resumem basicamente no titulo deste texto, uma referencia a uma das musicas-chiclete que vem tocando o dia inteiro nas radios rock por aqui (em TODAS as cidades), pelo que pude ouvir enquanto dirigia por 1120 milhas de uma semana pra ca. Ei-las:

1 - Plain White T's - Hey There Delilah- O autor desta musica deve ter uns 23 anos e a compos quando tinha 17 , dedicando estas letras acucaradas pro seu objeto de desejo na high school que o largou pra vir a NY. Violaozinho cliche, observacoes de que um dia vai ganhar dinheiro com musica, bla bla bla. Tipica musica que as meninas acham fofa, eu acho apenas insuportavel:



2 - Finger Eleven - Paralyzer - Aqui a coisa eh diferente. Banda meio nu-metal, mas com uma musica incrivelmente chiclete, ritmo dancante e vocal grudento. Tem tudo pra ser hit das pistas rock:



Antes de tudo, gostaria de deixar bem claro que isto aqui eh um blog ao estilo diario mesmo. Nao ha qualquer pretensao ou obrigacao jornalistica ou informativa a nao ser aquilo que eu acho legal e sinto necessidade de passar adiante. Nao esperem senso critico de mim, apenas opiniao de fa. Isso, claro, dentro do minimo de coerencia. Assim, quando eu disser que White Stripes e CSS sao duas merdas sem tamanho, para mim isso eh a verdade absoluta, mas sempre ouca para ter certeza. Claro, se voces leem isso aqui, eh porque tambem, espero eu, possuem um certo bom senso.

Dito isso, de volta entao ao show do Muse. Ja cansei de dizer neste humilde blog (de um dono nem um pouco humilde) que o Muse nao entra sequer no Top 20 de minhas bandas favoritas, mas que ao vivo, apresenta o melhor show do mundo. Continua sendo verdade e ontem nao foi diferente, ainda que tenha sido o piorzinho dos 4 shows deles a que ja assisti.

Piorzinho nao pela qualidade, pela tecnica ou pelo set-list, mas sim por ser em solo americano e por eu te-lo assistido de uma distancia que equivale a NY-Putaqueopariu. Nao tem muita graca. E o som provou estar mal-equalizado para um estadio daquele tamanho, assim como ja se notava no show do Cold War Kids. Com esse primario obstaculo, eu nem teria como avaliar com justica a apresentacao da banda californiana, ja que pra mim foi sem sal. Distante, literal e figurativamente. Hang Me Out To Sleep. Foi mal... mas ao menos eles pareceram ter se esforcado.

Americano eh aquela coisa pseudo-blase, ne? Eles na verdade nao dao a minima por demonstrar empolgacao em shows, sao uma plateia que aplaude e grita efusivamente ao final de cada musica, mas danca e se mexe muito pouco no decorrer delas. A nao ser adolescentes em mosh pits, obvio. E isso aconteceu na maioria dos shows a que assisti. Aquela sensacao que temos de que nenhum deles conhece a banda que toca e que esta ali somente porque eh um show e eles tem dinheiro pro ingresso eh constante e incomoda. Pior, a nocao de que muitos deles em melhor lugar e posicao do que voce nao mereciam estar ali, enquanto o verdadeiro fa esta mal-posicionado, incentiva o odio e vontade de esmagar.

O Muse conseguiu quebrar o gelo que separa as bandas inglesas bem-sucedidas na Europa do mercado americano com a Curiosa Tour, em 2005, em que tocou ao lado de The Cure e Interpol, entre outros. Ganhando terreno e mais credibilidade (a gravadora americana havia ate sugerido a Matt que parasse de cantar em falsete, o que gerou ruptura), foi possivel comecar a lotar shows e vender albuns, o que se intensificou com o lancamento de "Black Holes And Revelations" e este show cheio (mas nao lotado) no Garden.

De tarde, voltando de Baltimore e da Philadelphia (onde constatei que minhas fotos de sabado a quarta passados realmente foram pro espaco), estava ouvindo a KROQ NYC, filial da famosa radio rock angelena, quando os rapazes da banda apareceram como convidados do programa Hostile Take-Over, em que escolhiam as musicas a serem tocadas. O que se seguiu foi um namecheck de todas as bandas de alt-rock dos anos 90 que embalaram a adolescencia e idade tenra dos jovens brasileiros e... americanos. RHCP, Soundgarden, Faith No More, Green Day, White Zombie, Nine Inch Nails, Filter, RATM... enfim, demonstrando claramente o motivo de o Muse nao soar como uma banda inglesa. Nada de britpop ai nessa escolha. Seria redundante (e perigoso) ter escolhido uma do "The Bends", do Radiohead, eh claro, eterno motivo de comparacao com o Muse. Sobrou tambem espaco para algumas bandas dos anos 2000, como Eagles Of Death Metal e a otima dupla Shy Child, que faz com teclados e bateria o que o DFA 1979 faz com baixo. Ouca "Noise Won't Stop" e comprove.

Desnecessario seria descrever o desenrolar do show, que abriu com o western extravaganza de "Knights Of Cydonia" e fechou com a quietude de "Take A Bow". Eh quase como revelar truques de magica, uma vez que acabou nao sendo muito diferente do que eu assisti no ano passado e, comparativamente, em 2002 e 2004, inclusive com os mesmos cliches (certas guitarras para determinadas musicas, jams ao final de Stockholm Syndrome e Map Of The Problematique, paineis visuais similares, Matt jogando flores em Feeling Good, as bolas gigantes jogadas na plateia, etc.). Mas sao exatamente estes cliches que ganham o publico, seja pela demonstracao descarada de virtuosismo musical de Matt Bellamy, os refroes e temas grandiosos, a alternancia entre cancoes singelas ao piano com riffs de metal classico, seja pela maneira asseptica como as musicas sao apresentadas, sem qualquer erro, sem desafino, praticamente sem improviso.

Se houve falhas? Sim, houve. Falhas tecnicas no som baixo, principalmente a bateria, o que foi bem audivel (ou mal-audivel) em faixas como "Supermassive Black Hole". Matt chegou a dizer que nao estava como queriam, mas seguiriam assim mesmo. O set-list tambem concentrou a maioria das musicas do album novo e varias do "Absolution". Como pecado imperdoavel, deixaram "Bliss" e "Muscle Museum" de fora. Em compensacao, acho que foi a primeira vez que vi "Sunburn" sendo tocada ao piano, como na versao original, e nao na guitarra.

No final, acredito eu, todos bastante satisfeitos.

Um show do Muse eh um workshop de "como se fazer um show de rock". E eh exatamente para isso que eu pago o que for pra ve-los ao vivo. Viram, indie boys, eh assim que se faz.

SET-LIST

Knights Of Cydonia
Map Of The Problematique
Hysteria
Supermassive Black Hole
City Of Delusion
Butterflies And Hurricanes
Falling Away With You (eu acho)
Apocalypse Please
Feeling Good
Sunburn
Invincible
Starlight
Time Is Running Out
New Born
Plug-In Baby

BIS:

A Soldier's Poem
Unintended
Stockholm Syndrome
Take A Bow

Pra encerrar este post, um video do show que roubou o Virgin Festival, surpreendentemente. Foi mal, galera do rock:

sábado, agosto 04, 2007

VIRGIN AWAITS ME

Adoraria escrever mil coisas agora, mas vou ter que deixar para segunda ou terca-feira. Amanha comeca a maratona de shows em Baltimore, com o Fountains Of Wayne ja ao meio-dia. Acabei de chegar no albergue e acordar todo mundo no quarto com as sacolas de Cd's (a maioria de 1 dolar cada) que comprei as dezenas, preciso colocar este velho corpo em descanso por pelo menos 6 horas para pegar a estrada de manha. Nota mental: voltar a Washington e passar ao menos 5 dias aqui. So deu tempo de conferir dois museus dos mais de 10 da cidade, o International Spy Museum e o National Air And Space Museum. Experiencias relatadas mais tarde, mas ate os sapatos da Dorothy (Judy Garland) eu vi. E tirei foto ao lado do C-3PO e do R2-D2, originais do Retorno de Jedi. Emocao.

Washington nao gosta muito de turistas, principalmente os motorizados. Sao ameacas de multa e reboque a cada esquina. Rodei uma hora para conseguir estacionar e nem sei se ele estara la amanha quando voltar. Da mesma forma, o fato de sediar o Governo Federal faz com que o movimento anti-Bush continue bombando. Hoje comprei o tal livro de que falei ontem e ainda um chaveiro-relogio que marca o tempo que resta para Bush sair da Casa Branca. Ate a Urban Outfitters, rede moderninha de roupas e acessorios, entrou na onda e tem varios livros sacaneando o presidente imbecil. Ninguem aguenta mais.

Bom, eh isso, vou la. Semana que vem, no comecinho, ja de NYC, tem muito, mas muito mais.

sexta-feira, agosto 03, 2007

DC IS A MARVEL

Eh, eu sei, nao era pra estar falando de Washington agora, pulando 3 dias de relatos. Mas consegui fazer cagada logo no comeco da viagem. Entao, ontem, durante passeio vespertino em Philadelphia, entrei numa Fedex Kinko's pra acessar a net e limpar o conteudo acumulado da minha camera e consegui esquecer de transferir TODAS as fotos e videos ate entao tirados para o pendrive. Resultado: nao tenho nada para postar com as resenhas dos shows. Como pretendo passar por Philly na volta para NY, segunda, ja mandei e-mail para o pessoal de la nao apagar as pastas salvas no HD. Na pior das hipoteses, sao shows a que assistirei de novo, sempre posso refazer. Mas eh um saco dar bobeira pra Murphy assim. A gente se preocupa com as coisas mais importantes, como nao perder voos e reserva de hoteis e se esquece das banais.

Um novo par de pernas eh exatamente do que preciso para amanha. Na ansia de conhecer o impossivel em apenas dois dias (incompletos), andei uma fenomenal distancia hoje para cobrir a Casa Branca, Lincoln Memorial e espelho d'agua (Run, Forrest, Run!!!!), Obelisco, Watergate Hotel, Cemiterio de Arlington (tumulos dos Kennedys e memorial de Iwo Jima) e Pentagono, com final de noite no bairro simpatico e animado de Dupont Circle, onde um Long Island Ice Tea vitaminado (cuervo, bombay, absolut, bacardi, cointreau, sour mix e cola) apos o jantar me deixou "empolgado" para postar aqui. E nem notei o perigo ao andar quatro quadras num bairro barra-pesada. Sempre me meto nessas furadas.

Os EUA vivem a euforia de falar mal de seu presidente. Sao camisetas com a data 20/01/2009, ultimo dia do mandato de Bush, um livro com frases imbecis ditas por ele que virou best-seller e todos os artistas acabando com sua raca, desde Tom Morello na segunda-feira ate o Bill Maher num hilario show que vi ontem no hotel. Nao eh pra menos. Precisa dizer? O que a maioria do mundo parece se esquecer ao falar mal dos americanos (brasileiros ai incluidos) eh que pelo menos metade deles, se nao mais, atualmente, quer aquele desgracado fora dali. Quem elegeu e reelegeu Bush foi uma parte composta de artistas conservadores ao extremo (minoria), rednecks e aqueles americanos comuns, com valores "familiares" e avidos por guerra e pela imposicao do patriotismo americano. Um pessoal que quase nada produz, so consome e gasta CO2. A maioria das cabecas pensantes do pais, gente que faz, que transformou a America em potencia mundial, que traz o progresso e a tecnologia de dentro e exporta para o mundo eh Anti-Bush.

A gorda que enrolou uma pizza grande no metro hoje e enfiou tudo na boca, como se fosse um alien do "V: A Batalha Final" comendo um rato? Eleitora de Bush.

O cara que chamou de "bitch" a vendedora de artigos religiosos, porque ela o criticou no meio de todo mundo? Anti-Bush.

Meninas que se depilam la embaixo? Anti-bush. (Ta, piada pessima)

Mas da pra perceber. Nao tenho nem nunca tive nada contra americanos e adoro este pais. Jamais moraria aqui, mais pela repressao do que qualquer coisa. Ainda prefiro a liberdade e liberalidade brasileiras. E parece que estou doido para perder a minha. Afinal, so hoje consegui tirar foto do pentagono ao lado da placa de "proibido fotografar", ajeitar o cabelo na parede semi-espelhada com o nome dos mortos no Vietnam, no Memorial de Guerra, fazer filminho da troca de guarda no Tumulo do Soldado Desconhecido zoando o oficial que desfilava, cantar uma menina de 17 anos e furar sinal vermelho. Proximo passo: Guantanamo.

Depois de amanha comeca o Virgin Festival, em Baltimore, a uma hora daqui, terra de John Waters e Edgar Allan Poe. Pode ser que minhas resenhas nao saiam exatamente aqui, vamos ver. Amanha, se tudo der certo, tentarei assistir a versao musical de Reefer Madness, aquele falso documentario classico sobre os "perigos" da maconha, criado por religiosos americanos nos anos 30. Parece ser hilario. O musical ja teve, entre suas atrizes, a Neve Campbell e a Kristen Bell. Para quem nao a conhece, eh a Veronica Mars, meu sonho de consumo. A personagem, claro, nao a atriz. Nada contra a linda baixinha, mas eu jamais namoraria uma vegan. Quero alguem que se regozije com um filet mignon sanguinolento junto comigo.

Falando em Veronica Mars, eh curioso como a maioria das series de que gosto, em meio a centenas de outras, acabm sendo canceladas. A propria menina da Neptune High School recebeu o machado, apos um final meia-boca e sem explicacoes da terceira temporada, Parker Lewis nunca durou muito, quando eu era jovem, Drive nem chegou ao quinto episodio e Jericho tambem foi cancelada. Felizmente, neste ultimo caso, apos um abaixo-assinado e o envio por fas de 20 toneladas (!!!!) de amendoins para a rede CBS (devido a uma frase-chave do falecido avo de Jake Green, "Peanuts!"), eles voltaram atras.

Bom, ja eh tarde aqui, vou dormir. Fiquem aqui com o inicio do maravilhoso show de ontem:

quinta-feira, agosto 02, 2007

OBRIGADO, SENHOR!!!

Finalmente, eu vi um show dos Beastie Boys como deve ser, com banda completa, qualidade de som e empatia da plateia de acordo com a "foditude" da banda. UMA HORA E QUARENTA DE SHOW!!!! \o/

Mais depois. Daqui do albergue em Washington D.C. nao da pra postar fotos. Vou dar um pulo ali na Casa Branca e ja volto.

Set-list:

Tough Guy
Remote Control
Live At P.J.'s
Super Disco Breakin'
Sure Shot
Brass Monkey
Triple Trouble
Shake Your Rump
Time For Livin'
Gratitude
Off The Grid
Sabrosa
Body Movin'
The Biz Vs. The Nuge
Pass The Mic
Paul Revere
Root Down
B For My Name
Transitions
Egg Raid On Mojo
The Maestro
Posse In Effect
No Sleep Till Brooklyn
3 MC's & 1 DJ
Ch-Ch-Check It Out
So What'cha Want

BIS:
(Mixmaster Mike turntablism)
Intergalactic
Heart Attack Man
Sabotage
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