LOLLAPALOOZA 2009 - DIA II
Não fiz questão de chegar cedo no sábado. A chuva de sexta deu lugar a um sol e calor arrasadores e eu só queria mesmo ver o Atmosphere mais cedo, às 14:30. Até lá, compras na Quimby's, melhor livraria da cidade, e na Reckless Records. Cheguei bem na hora em que Slug e Ant entravam no palco, pra uma platéia bem maior do que a de sexta, resultado do tempo bom. Admito que o álbum novo deles é inferior ao meu preferido, "You Can't Imagine How Much Fun We're Having", mas este acabou sendo preterido no show, que concentrou os esforços principalmente no "God Loves Ugly", com algumas do álbum novo e do "Seven's Travels". Slug é um dos melhores rappers do mundo hip-hop indie. Quem não ouviu os dois álbuns dele com o Murs (o projeto "Felt"), corra atrás. Um bom exemplo é a ótima Early Mornin' Tony, do "Tribute to Lisa Bonet". O álbum novo tenta introduzir uma outra instrumentação ao vivo, em vez de samplers, mas o show mostra mais potência em músicas como "One Of a Kind" e "Modern Man's Hustle" do que nas novas. Ponto pro Slug, que conseguiu com seu carisma e habilidade levantar o público por uma hora sem precisar de quase nenhum recurso barato de interação, como os mencionados por mim no primeiro dia do festival. E ainda fecha com a viajandona pra cima "Sunshine", de um EP anterior.
Logo depois foi a vez do meu terceiro show do Gomez. Acho que eles são a banda inglesa mais americanizada de todas. O blues rock com elementos modernos da banda agrada a gregos e troianos. Abriram com o hit "Shot Shot" e emendaram com uma do álbum novo. Ainda teve "Love is better Than a warm Trombone", única do primeiro álbum, "Ruff Stuff", também do "In Your Gun", "Silence", de 2006, e algumas do álbum novo. Teve cover de "Bron-Y-Aur-Stomp", do Led Zeppelin, mas eu juro que não ouvi nenhuma do "Liquid Skin". Pena. Mas 12 músicas pra uma banda que já tem uns 5 ou 6 álbuns é sempre pouco.
Atmosphere
Gomez
De volta ao palco principal pra conferir a banda preferida de uma querida amiga. Mas não aguentei por muito tempo. O Coheed and Cambria soa exatamente como se o Rush fosse mais metal e tivesse um baterista ruim. Uma passadinha no palco menor pra ver por que falam tanto do No Age. Cinco minutos e percebi que neguinho deve estar louco. Uma banda que precisa melhorar muito pra ser considerada uma merda. Barulheira horrorosa, um insulto às boas bandas de garagem. Saí logo: a primeira ida ao Northpalooza pra tentar dar mais uma chance à Santigold, que vi no ano passado no Leeds e não gostei. Mas a multidão que lotava o palco Playstation não deixou ninguém chegar mais perto, ainda mais que a disposição da platéia era em forma de anfiteatro. Resignei-me a ficar ouvindo mais de longe. Parecia mais animado do que o anterior e ainda teve cover de "Killing An Arab", do Cure, mas ficou mesmo impossível de dizer. O álbum continua um petardo, entretanto.
Coheed And Cambria
Arquitetura de Chicago vista do Grant Park
Toca pro palco Citi, que a atração do dia estava pra subir: Lykke Li. Eu adoro essa menina desde que ouvi "I'm Good, I'm Gone" pela primeira vez, no ano passado. O show do APW foi ao mesmo tempo introspectivo e sacolejante, em momentos bem definidos. Este não foi diferente. A sueca sabe o que faz no palco, com sua voz ora fofa como uma menininha, ora grave e sexy como uma atriz pornô, suas dancinhas bizarras, sua roupa preta recatada demais pro seu sex-appeal, mas que de vez em quando deixava escapar uma coxa aqui, uma barriguinha lá. Empunhando uma baqueta com que socava ferozmente um prato de bateria colocado só pra ela ou um megafone, ela teve a platéia nas mãos, no hit supramencionado, em "Little Bit" e em "Breaking It Up", que começou com uma pequena cover de "A Milli", do Lil' Wayne, uma das melhores músicas do ano passado. Jóia.
Lykke Li
O dia encerrou pra mim com mais um espetáculo do Tool. Digo isto porque é a única definição possível pra um show da banda. Os telões apresentavam imagens selecionadas de acordo com as músicas, várias vindas dos clipes perturbadores da banda, que desde o "Lateralus" vêm sendo lançados em DVD's independentes. A banda tocava as músicas em versões ao vivo pouco diferentes do estúdio, alternando as imagens dos telões com um mis-en-scène de luzes, fumaça e um telão fixo no palco com outras imagens. O vocalista Maynard James Keenan cantou o tempo quase todo em silhueta no fundo, ora com suas roupas espalhafatosas, ora sem camisa e descalço, com um megafone pendurado na cintura, enquanto os outros integrantes vestiam roupas brancas como uniformes. Um verdadeiro teatro, do princípio ao fim, impecavelmente ensaiado. Uma experiência sensacional para os fãs e até para aqueles que, mesmo não conhecendo, apreciam seu metal cabeça e semi-progressivo, as composições intrincadas, riffs e batidas quebradas, letras sombrias e duração de 7 minutos pra cada canção. Do começo, com "Jambi", ao fim, com "Vicarious", ambas do álbum "10.000 days", de 2006 e o mais recente, que chegou a ganhar o Grammy de melhor embalagem de álbum (sim, isso mesmo), nove músicas, mais de uma hora e 10 de show, exatamente o mesmo setlist e ordem que vi no APW, mais uma prova de que é mesmo um espetáculo teatral. Meu preferido ainda é o "Lateralus", do qual "Schism" e a faixa-título também rolaram. Fui embora feliz.
Não fiz questão de chegar cedo no sábado. A chuva de sexta deu lugar a um sol e calor arrasadores e eu só queria mesmo ver o Atmosphere mais cedo, às 14:30. Até lá, compras na Quimby's, melhor livraria da cidade, e na Reckless Records. Cheguei bem na hora em que Slug e Ant entravam no palco, pra uma platéia bem maior do que a de sexta, resultado do tempo bom. Admito que o álbum novo deles é inferior ao meu preferido, "You Can't Imagine How Much Fun We're Having", mas este acabou sendo preterido no show, que concentrou os esforços principalmente no "God Loves Ugly", com algumas do álbum novo e do "Seven's Travels". Slug é um dos melhores rappers do mundo hip-hop indie. Quem não ouviu os dois álbuns dele com o Murs (o projeto "Felt"), corra atrás. Um bom exemplo é a ótima Early Mornin' Tony, do "Tribute to Lisa Bonet". O álbum novo tenta introduzir uma outra instrumentação ao vivo, em vez de samplers, mas o show mostra mais potência em músicas como "One Of a Kind" e "Modern Man's Hustle" do que nas novas. Ponto pro Slug, que conseguiu com seu carisma e habilidade levantar o público por uma hora sem precisar de quase nenhum recurso barato de interação, como os mencionados por mim no primeiro dia do festival. E ainda fecha com a viajandona pra cima "Sunshine", de um EP anterior.
Logo depois foi a vez do meu terceiro show do Gomez. Acho que eles são a banda inglesa mais americanizada de todas. O blues rock com elementos modernos da banda agrada a gregos e troianos. Abriram com o hit "Shot Shot" e emendaram com uma do álbum novo. Ainda teve "Love is better Than a warm Trombone", única do primeiro álbum, "Ruff Stuff", também do "In Your Gun", "Silence", de 2006, e algumas do álbum novo. Teve cover de "Bron-Y-Aur-Stomp", do Led Zeppelin, mas eu juro que não ouvi nenhuma do "Liquid Skin". Pena. Mas 12 músicas pra uma banda que já tem uns 5 ou 6 álbuns é sempre pouco.
Atmosphere
Gomez
De volta ao palco principal pra conferir a banda preferida de uma querida amiga. Mas não aguentei por muito tempo. O Coheed and Cambria soa exatamente como se o Rush fosse mais metal e tivesse um baterista ruim. Uma passadinha no palco menor pra ver por que falam tanto do No Age. Cinco minutos e percebi que neguinho deve estar louco. Uma banda que precisa melhorar muito pra ser considerada uma merda. Barulheira horrorosa, um insulto às boas bandas de garagem. Saí logo: a primeira ida ao Northpalooza pra tentar dar mais uma chance à Santigold, que vi no ano passado no Leeds e não gostei. Mas a multidão que lotava o palco Playstation não deixou ninguém chegar mais perto, ainda mais que a disposição da platéia era em forma de anfiteatro. Resignei-me a ficar ouvindo mais de longe. Parecia mais animado do que o anterior e ainda teve cover de "Killing An Arab", do Cure, mas ficou mesmo impossível de dizer. O álbum continua um petardo, entretanto.
Coheed And Cambria
Arquitetura de Chicago vista do Grant Park
Toca pro palco Citi, que a atração do dia estava pra subir: Lykke Li. Eu adoro essa menina desde que ouvi "I'm Good, I'm Gone" pela primeira vez, no ano passado. O show do APW foi ao mesmo tempo introspectivo e sacolejante, em momentos bem definidos. Este não foi diferente. A sueca sabe o que faz no palco, com sua voz ora fofa como uma menininha, ora grave e sexy como uma atriz pornô, suas dancinhas bizarras, sua roupa preta recatada demais pro seu sex-appeal, mas que de vez em quando deixava escapar uma coxa aqui, uma barriguinha lá. Empunhando uma baqueta com que socava ferozmente um prato de bateria colocado só pra ela ou um megafone, ela teve a platéia nas mãos, no hit supramencionado, em "Little Bit" e em "Breaking It Up", que começou com uma pequena cover de "A Milli", do Lil' Wayne, uma das melhores músicas do ano passado. Jóia.
Lykke Li
O dia encerrou pra mim com mais um espetáculo do Tool. Digo isto porque é a única definição possível pra um show da banda. Os telões apresentavam imagens selecionadas de acordo com as músicas, várias vindas dos clipes perturbadores da banda, que desde o "Lateralus" vêm sendo lançados em DVD's independentes. A banda tocava as músicas em versões ao vivo pouco diferentes do estúdio, alternando as imagens dos telões com um mis-en-scène de luzes, fumaça e um telão fixo no palco com outras imagens. O vocalista Maynard James Keenan cantou o tempo quase todo em silhueta no fundo, ora com suas roupas espalhafatosas, ora sem camisa e descalço, com um megafone pendurado na cintura, enquanto os outros integrantes vestiam roupas brancas como uniformes. Um verdadeiro teatro, do princípio ao fim, impecavelmente ensaiado. Uma experiência sensacional para os fãs e até para aqueles que, mesmo não conhecendo, apreciam seu metal cabeça e semi-progressivo, as composições intrincadas, riffs e batidas quebradas, letras sombrias e duração de 7 minutos pra cada canção. Do começo, com "Jambi", ao fim, com "Vicarious", ambas do álbum "10.000 days", de 2006 e o mais recente, que chegou a ganhar o Grammy de melhor embalagem de álbum (sim, isso mesmo), nove músicas, mais de uma hora e 10 de show, exatamente o mesmo setlist e ordem que vi no APW, mais uma prova de que é mesmo um espetáculo teatral. Meu preferido ainda é o "Lateralus", do qual "Schism" e a faixa-título também rolaram. Fui embora feliz.
Tool