segunda-feira, novembro 10, 2003

COFFEE BREAK

Interrompendo momentaneamente o meu trabalho tedioso no computador, estava me coçando pra postar isso aqui. De repente, de quatro dias pra cá, vários amigos me perguntam o que vou fazer pro revéillon, quais meus planos, se vou pra praia, pra alguma festa. Pessoas, eu realmente não sei, nem quero saber. Eu não sei se é normal, uma vez que ainda faltam mais de 40 dias pro Ano-Novo, mas, sinceramente, não me vejo fazendo planos, seja pro Natal, Ano-Novo, Carnaval ou qualquer coisa que passe de, no máximo, três dias pra frente.

Descobri que agora vou viver do presente, o futuro não importa, porque não é certo mesmo. Expectativas muito altas só levam a decepções maiores. Não seria a ironia máxima se todos chegássemos a um ponto da existência onde achávamos já ter então realizado sonhos, nos descoberto, captado o sentido de nossas vidas, só pra perceber que muita coisa foi inútil, em vão? Patético, não? Não estou falando de mim, mesmo, é só mais uma das elucubrações do título deste blog. Pode acontecer com qualquer um. A busca por um sentido, um significado, só funciona a título de fé, de crença, muitas vezes cega, que pode ludibriar as pessoas durante o caminho percorrido. Não foi Lacan quem disse que os sonhos e ambições têm que ser absurdos, às vezes, pra que as realizações comuns da vida (encontrar alguém, arrumar emprego, casar, ter filhos) não causassem insatisfação, uma vez ocorridas? Então, pra que buscar por algo que não existe quando já se tem? Pra que se importar? Da mesma forma, fazer planos pra quê? Não quero constatar isso quando tiver 80 anos e minha vida estiver no fim, quero vislumbrar isso agora, hoje.

Sempre achei que tudo tinha um motivo e minha existência no mundo devia-se a um significado especial. E se não for assim? E se eu estiver fazendo hora extra no mundo? Quão insignificante eu me sentirei se chegar ao fim da vida e não tiver feito diferença em absolutamente nada? Por isso não me preocupo mais. I just don't give a fuck. E, sinceramente, quem estiver ao meu lado e não estiver nessa sintonia, que se foda.

Meu revéillon? Ah, na semana do Natal eu digo.
I NEED A BREAK, I NEED A BRAKE

Preciso parar esse fim-de-semana que não acaba nunca. Não agüento mais sair, beber, fazer coisas e continuar me divertindo. Eu não deveria estar me divertindo. A perspectiva dos próximos 7 dias também não me atrai, é balada atrás de balada. Festa da Cavídeo-Maldita-Casamento-Matriz-Bunker-Loud!, eu não tenho mais 20 anos!! E não consigo parar!! Há três dias que, chegam três da manhã, meu corpo se sente como se tivesse passado as últimas 48 horas numa rave trance com a mente cheia de bala. Ontem, Festival Hutus, lotado, bombando, ambiente agradável e tranqüilo, após o freak show do BNegão (o outro vocalista me fratura o tornozelo em pleno palco e o show continua rolando com o cara lá caído, cercado de equipe médica com maca e tudo), entra o MV Bill, um cara fodaço, com uma puta presença de palco, melhor do que 5.000 rappers paulistanos, faz um show do caralho e eu só consigo pensar na minha caminha. Flashback pras festas de Natal em família, com 6 anos, geral se divertindo e eu caindo pelas tabelas, resmungando "queroimbora!!!!", assim, desse jeito.

Hoje, Empório, mesa dos losers deprês (virou rotina de Domingo), quando a conversa generalizada começa a descambar pra tamanho de pau (a maioria na mesa era retumbantemente feminina) e congêneres e surge a seguinte frase no ar: " - Ah, mulher também tem de várias larguras, já saí com patricinha, carinha de princesa e, na boa, dava pra bater palminha dentro", você percebe que já é hora de ir pra casa...

A conta, por favor!!! Estou confeccionando meu adesivo com nome completo e a frase "Desovar em: Rua Dona Mariana,..."

sábado, novembro 08, 2003

E AS INJUSTIÇAS CONTINUAM...

Numa época em que a cena alternativa está repleta de poseurs, sejam eles indies, punks, rockers, metaleiros, não importa, gente que só sai à noite pra se mostrar e ser visto, não dando a mínima para a música que estão ouvindo ou o público que divide o mesmo espaço físico com eles, é uma ingrata e triste notícia a decisão da direção da Bunker de limar dos sábados a Eletroboogie, do Edinho. Se assim querem perpetuar a burrice já existente, parabéns, vocês conseguiram.. Mas não há de ser nada, que a Eletroboogie é mais duradoura e já está aí há muito mais tempo do que a Bunker. Logo, logo, ela terá outro lar e aí sim seremos felizes de novo no sábado. Enquanto isso, hoje tem Festival Hutus no armazém n. 5 do Cais e sábado que vem, Loud! especial no MAM, com Guitar Wolf e Autoramas!! Jeto genelation!!!!!!

NO MEU PLAYER

em alta rotação nesta semana:

311 - Evolver - Uma de minhas bandas preferidas acabou de lançar seu melhor álbum desde Transistor, de 97. Deixando um pouco de lado as viagens de Soundsystem e From Chaos, eles retomaram o som pesado de riffs grudentos e continuam mostrando sua trademark inconfundível. Mudar pra quê?

Killing Joke - Killing Joke - A nova empreitada do KJ após sete anos de inatividade recrutou Dave Grohl pra trás das baquetas e ainda conta com participações especiais de Andy Gill (Gang of Four), também produtor do álbum, e dos ex-baixistas Youth e Paul Raven. Não há muito o que falar, só ouvir. O melhor álbum de metal de 2003, provando que Grohl deveria ser acorrentado pra sempre atrás do seu drum kit e que Jaz Coleman, com certeza, come areia antes de cantar. Minhas preferidas: Blood on Your Hands e Seeing Red.

Outkast - Speakerboxxx/The Love Below - Na verdade dois álbuns solos gravados por seus integrantes, Big Boi e Andre 3000, as almas perdidas mais loucas do hip-hop voltam, mais uma vez, acertando na medida. Tem algo de ruim pra se falar deles? Impossível. As diferenças entre um álbum e outro resumem-se à temática, um mais festeiro, outro centrado nas relações amorosas. Mas ouça a batida alegre de "Hey Ya", de Andre e pode-se ver a mesma vontade de festejar que em "The Rooster", de Big Boi. Ouça, mesmo que você ache que não gosta de hip-hop. Você pode se surpreender.

quarta-feira, novembro 05, 2003

TIM BALADA Um fim-de-semana e tanto, diria o mais preguiçoso. Olha, nem eu tenho saco pra contar tudo o que se passou, desde os amigos paulistas que encontrei e ciceroneei até a quantidade de álcool ingerida, passando, claro, pelos shows, então vai um resuminho aí. Também, geral já postou em blogs e fóruns o que achou das bandas, então ninguém vai querer saber o que eu penso. SEXTA: SEVEN-DIGIT ARMY Noite de altos e baixos, em ordem decrescente. Do FELLINI eu não preciso dizer nada, faz samba, já morreu há 15 anos e esqueceram de enterrar. Ah, e ainda é do Midsummer Madness. Como disse uma amiga minha (não que eu concorde integralmente, mas foi engraçado), "é tão chato quanto o cineasta". SUPER FURRY ANIMALS, pra mim, foi o grande show do festival, uma verdadeira surpresa. Isso porque eu só gostava de 50% da obra deles e os caras conseguiram tocar os 50% bons. O álbum de que mais gosto, Rings Around The World, foi privilegiado, sem contar que a perfeita integração entre som e imagem nos telões (com direito até a politicagem clichê), somada aos recursos próprios de espetáculo da banda (sumir por um tempo no bis e voltar mais "peluda", cantar com um capacete do Changeman), garantiu o entretenimento da platéia. E olha que a banda tem vocalista com nome de resmungo. THE RAPTURE, se não me convenceu do hype a que são submetidos pela imprensa mundial, pelo menos foi muito competente, colocando a galera pra dançar. Demorou pra engatar, cometendo até um erro de descompasso por parte do batera (tão grotesco que pareceu proposital), mas, da metade pro fim, não fez feio e surpreendeu tanto a platéia, que não conhecia a banda tão bem, quanto a si próprios, que com certeza não esperavam essa receptividade. WHITE SHITES fez o show que eu já previa, ainda mais sem-graça. Olha, eu sou paciente e faço o possível, mas ainda não consigo entender a predileção das pessoas por essa MERDA DE CU DE CARALHO DE PORRA DE BANDA!!!! Ah, vai se fuder, ainda me entra no palco com uma pose de "só tô aqui porque me pagaram" e cagam geral pro público. Ainda bem que ele não aproveitou as cores e entrou com a camisa do mengão. Eu cuspia no filho da puta!! Pior show do século! Ah, depois fui embora. Erol Alkan de cu é rola. SÁBADO: SEU MARACATU EU NÃO SEI, MAS A MINHA ROUPA PESA UMA TONELADA Ainda mais depois da chuva. Putz, ninguém merece sair de casa EXATAMENTE quando o mundo resolve desabar, pegar alagamento no final do Aterro e se molhar todo pra ir do estacionamento da Cinelândia pro MAM, só pra descobrir que os shows estavam atrasados e eu não perderia a primeira banda a que eu tinha ido assistir. Que não era o NAÇÃO ZUMBI, diga-se de passagem. Mas pude conferi-los assim mesmo, molhado e com frio. Ou seja, não deu mesmo pra apreciar. Mas meu olho clínico percebeu que eles estão cada vez mais pesados e à vontade no palco e que Lúcio Maia ainda é um dos melhores guitarristas brasileiros. Pra quem pôde curtir, bom show. Já o THE STREETS foi a grande decepção. Mike Skinner parecia um turista inglês que tinha acabado de dar um rolé em Ipanema e passou lá pra dar uma canja. A banda é fraca de dar dó. Batidas alucinantes do álbum, como "Sharp Dartz" e "Don't Mug Yourself", ficaram parecendo clones do Sublime. Pena, porque o álbum é fodaço. Nem a pose de bêbado convenceu. Só pras pistas mesmo. E a criatura saída das páginas de um mangá dançava ao meu lado, bem lá na grade, a mesma que bebeu da garrafa de uísque de Mike. Sinistra!! E do show do PUBLIC ENEMY, só posso falar de uma parte. Olha, aprecio bastante como uma banda pode passar mais de 15 anos com o mesmo discurso e continuar relevante e atual, mas a banda de apoio com que eles se apresentaram foi uma faca de dois gumes. Às vezes, soava como Body Count, às vezes como Living Colour. E ambos os originais são infinitamente melhores. O que não prejudicou a primeira parte do show, muito pelo contrário. A energia de Chuck D, Professor Griff e Flavor Flav (que está A C-A-R-A do finado Sabotage) ao executar clássicos como "Bring tha Noize", "Don't Believe the Hype", "911 is a Joke" e "Fight the Power" é admirável pra quarentões como eles e aí foi, pra mim, o segundo melhor show do Festival (cerca de uma hora). Mas chegou a parte em que só sobrou a tal banda de apoio (7th Octave, parece), um arremedo nu-metal/Fishbone muito do caricato, com o Griff no vocal. Isso porque já tinham se passado uns 15 minutos de baboseira com o Flavor Flav na batera (só perdendo em tosquice pra Meg Shite) e acompanhado de um suposto integrante dos Wu-Tang Killa Bees, um grupo que deve ter, provavelmente, 3.489 membros. Foi a hora de dar um passeio. Meia hora depois, ainda estavam no palco. Só nos últimos 10 minutos, voltou a banda inteira pra mandar mais umas musiquinhas. No total, mais de duas horas de show. Gostaram mesmo do palco. DOMINGO: JOGA A DINAMITE NO MEU BARRACO O After de sábado, que começou às 3 da manhã de domingo, após um empurra-empurra digno de final no Maracanã, deu uma ótima impressão do que é ser kitsch, ser hype e ser poseur, separadamente ou ao mesmo tempo. Porque, tirando as discotecagens do , do GORDINHO e do nosso EDINHO, que foi ótima como sempre, mas curta e sem surpresas pra quem freqüenta suas noites na Matriz e Bunker, todo o restante foi um produto embalado pra agradar a platéia lotada de gente que nunca foi a um baile funk sequer. Ora, eu curto funk, tenho vários Cd's e estou sempre adquirindo novas coletâneas nos buracos da vida, além de já ter ido a diversos bailes quando mais novo, a maioria em Campo Grande, claro. Funk pra mim nunca foi moda, só algo que sempre tocava no bar da esquina. Por isso, não tenho a menor vergonha de dançar ou fazer trenzinho. Mesmo tendo gente lá que apreciava as apresentações como se estivesse no zoológico, acho que os desencanados se divertiram mais. A PEACHES foi pra muitos um puta show, pra mim foi só Fake até a alma. Divertido por 10 minutos e só. Aquela atitude enlatada pra consumo não me convenceu. Só aos poseurs. Nada do que ela fez deixou de soar premeditado, mas isso já era esperado, afinal, a música é fraca. Salvam-se o remix que o Iggy Pop fez da música dela e a batida de "Fuck The Pain Away". E sangue cenográfico e lambida de suvaco só espantam quem toma banho de loja na U2 e pensa que é underground. Beijo na boca de fã??? Pffff!!!!! NEXT!!!! Cadê a Gretchen????? Quanto ao DJ MARLBORO e convidados, fizeram o correto, sem exageros, menos divertido e pornográfico do que num baile de verdade, mas empolgante anyway. Relembrar os clássicos como o "Rap da Felicidade" e o "Rap do Borel" foram o máximo, mas aquela coisa de ficar jogando chaveirinho e camiseta cansou. Dos convidados, Os Karrascu's perderam uma ótima oportunidade de deixar os indies de cabelo em pé, por não terem cantado (sic) o clássico "Os Três Tenores", que sampleia descaradamente "Bittersweet Symphony", do The Verve. Deu 7 da manhã e não tive mais fôlego pra esperar pela Tati Quebra-Barraco, Serginho e Lacraia. Parti. O show da Tati nunca poderia igualar o que presenciei dela na Quarta-feira de Cinzas em Arraial D'Ajuda, com o Mr. Catra, em 2001, chegando a cantar "Chatuba de Mesquita " ao vivo e sem censura. Mas eu tenho certeza de que deu banho no da Peaches. BITS AND PIECES Meu café-da-manhã agora é mais junkie!! A Kellogg's acabou de lançar o cereal Special K, de flocos de arroz tostados. E o pior: Tô viciado!!!! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Passei nas bancas hoje e quase surtei de rir. Na parte dos DVD's, tinha um pornô gay com o singelo título: "Me Atirei no Pau do Gato"!!! Alguém devia dar um prêmio por criatividade pra esses caras!! XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Preciso urgentemente perder meus escrúpulos e ser menos autêntico. Alguém se habilita a me dar um curso?

quarta-feira, outubro 29, 2003

NO ALARMS AND NO SURPRISES

Quando sua vida, há exatamente uma semana, parece um daqueles filmes cheios de clichês surrados, quando todas as banalidades que você previu, mesmo que não quisesse acreditar que elas viriam, deram as caras, boas e inusitadas surpresas são sempre bem-vindas. As duas primeiras acabaram de ocorrer, uma logo após a outra:

1 - Dogville. O filme. Tão falado durante o Festival do Rio, ingressos esgotando e eu baixei anteontem uma cópia em Divx com legenda em Inglês, ripada de um DVD-Screener, ou seja, qualidade quase impecável. Eu e minha camarada Juliana nos reunimos aqui pra assistir o que prometia ser um épico, pelo menos na duração (quase 3 horas). 10 minutos de filme e já deu pra perceber o estilo do diretor Lars "olha-como-eu-sou-fodão-e-meus-cortes-de-câmera-tremida-são-geniais-porque-eu-sou-um-gênio-oras-e-o-cenário-teatral-é-fantástico" Von Trier, que começou a se tornar angustiante após meia hora. Tomados de uma inércia, como se tivéssemos que assistir até o fim pra acreditar, continuamos entretidos na ruindade e chatice, driblando o sono, por mais 2 agonizantes horas, tendo inclusive o desprazer de contemplar a bolsa escrotal de um dos atores, por trás (uma visão literalmente escrota). Eis que chegam os 20 minutos finais e, como disse bem Ju, "a parte onde somos recompensados depois de três horas de malice." O final serve pra redimir todo o cu que foi o filme, é uma grata surpresa e com certeza deve ter levado as platéias de PIMBA's pagadores de boquete pra Dogma 95 a uma reação totalmente diferente da nossa (choro vs. riso);

2 - Fui acompanhar Ju até embaixo (ela mora no outro bloco) e resolvemos passar pelo Playground, uma área que, assim como em meu ex-prédio em Sampa, eu achava se resumir a um espaço aberto com uma churrasqueira. E eu sempre me perguntava o porquê do meu condomínio ser tão caro. Qual não foi o meu espanto ao constatar que eu tinha à minha disposição, há dois meses e meio já, duas piscinas, uma quadra de vôlei, sauna seca e a vapor, mesa de sinuca, salão de festas e uma academia de ginástica!!!! Ah, a churrasqueira também, oras...

Prevejo mais surpresas pros próximos dias... não vou falar senão agoura, mesmo sendo mais wishful thinking...

terça-feira, outubro 28, 2003

O MUNDO PARECE ANIMAÇÃO DE MASSINHA

Sim, eu estou louco. Incrivelmente bêbado. Nem me recordo de há quanto tempo não fico assim. E ao mesmo tempo, perfeitamente lúcido. Lúcido o suficiente pra perceber meus erros de digitação neste post. Lúcido o suficiente pra perceber que meu corpo não responde à minha mente com a mesma velocidade. Eu bebi demais. Culpa da Maldita. Culpa do Lariú, que hoje resolve tocar bem. Culpa do meu estado eu-me-recuso-a-entrar-em-depressão. Culpa da própria culpa do amanhã-tenho-que-trabalhar-eu-devia-estar-dormindo. Como eu consigo numa mesma noite estragar tudo em 3 frases com uma menina obviamente doida por mim, pra em seguida, mais pelo descontrole do que pela intenção, ganhar o jogo novamente pelo desprezo? Mulheres, não se vive com elas, não se pode matá-las. Voltando pra casa e andando dentro de casa e contemplando o mundo ao meu redor, me sinto, literalmente, como num filme de Ray Harryhausen, seja Jasão e os Argonautas ou Fúria de Titãs, mas com tudo muuuuuuuito devagar e minha mente num rompante histérico.

Não vou dormir tão cedo.

E, dois dias em atraso, eu posto a seguinte conclusão do sábado: NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM, beija melhor do que leoninos.

segunda-feira, julho 28, 2003

Só preciso urgentemente dizer, nesse momento, que "Take Them On Your Own", álbum novo do Black Rebel Motorcycle Club, a ser lançado em Agosto, é a coisa mais foda que eu escutei neste ano e duvido que até o final de 2003 saia algo melhor. Fantástico!!!!!!!!!!!!! Sensacional!!!!!!! Alucinante!!!!

terça-feira, março 25, 2003

LAST NIGHT A DJ SAVED MY LIFE

Neste último fim-de-semana, conforme anunciado, tive o prazer de discotecar na festa Superblast, no Tramp Club, a melhor balada alternativa do sábado. Acabei sendo o primeiro de três DJ's a tocar, no lounge. Por ser o horário mais ingrato, eu acabei tendo um tempo maior, mas, em compensação, enquanto muita gente ainda estava entrando, eu já tinha uma hora de discotecagem. O que não é problema algum pra minha auto-satisfação leonina (não confundir com "masturbação"). Cansei de tocar músicas para mim mesmo e sei que as 7 ou 8 pessoas presentes no momento gostaram. Pelo menos gostaram de perguntar que banda era essa ou aquela. E, de repente, qual não foi a minha gratificante surpresa ao receber a galera em peso (Igor, Gaia, Marcão, Zulu, Mauro, Greg, Vanessa, Tripa, valeu, gente!!! Cacá, chegar depois não vale!!), quando eu ainda tinha um bom tempo restante. Aí o lugar começou a ferver.

O Custódio havia pedido para não tocar músicas sonolentas, manter o vibe, mesmo porque o lounge era um lugar agitado, com mesa de sinuca e bem iluminado, apesar do enorme puff e das poltronas. "Você não acredita quanta gente entra em lounge e cisma de tocar o álbum inteiro do Sigur Rós... Um saco!!!" Bom pra mim. Pude tocar o que eu quis, sem precisar de música calminha, Pizzicato Five ou Stereolab. E, por uns 15 minutos, ainda fui contemplado na sala com a presença da minha mais nova musa da noite indie paulistana !!!

No final das contas, acabei tocando por 2h20min. Depois, ainda consegui me divertir com o pessoal até quase 6 da manhã. Mais uma vez, expulsos... Quem não foi, perdeu... sorry...

Eis abaixo, o meu set list:

Red Eyes And Tears – B.R.M.C.
Placebo – I Feel You (Depeche Mode Cover)
Girls Against Boys – Disco 666
Soul Asylum – Sexual Healing
Afghan Whigs – Somethin’ Hot
Morphine – Honey White
Danielson Famile – Good News For The Pus Pickers
Liz Phair – Supernova
Juliana Hatfield – Universal Heart-Beat
Betty Boo – Where Are You baby?
Komeda – It’s Alright
Brassy – Good Times
Hot Hot Heat – No, Not Now
Hoggboy – Urgh!
The Raveonettes – Attack of The Ghost Riders
The Liars – Mr. You’re On Fire Mr.
Queens Of The Stone Age – Gonna Leave You
Rocket From The Crypt – I’m Not Invisible
Ikara Colt – Bishop’s Son
(Kid Vinil entra, para e começa a bater a cabeça)
The Detroit Cobras – Hey Sailor (Kid Vinil continua balançando a cabeça e sai logo após)
McLusky – To Hell With Good Intentions
Grandaddy – Chartsengrafs
The Vines – Highly Evolved
The Fall – Cruisers Creek
Division Of Laura Lee – Blackcity
Interpol – Roland
Girls Against Boys – Basstation
Manic Street Preachers – Faster
(era pra tocar Ifwhiteamericatoldthetruthforonedayit’sworldwouldfallapart, mas a pré-escuta estava vazando, não dava pra ouvir e cortar a introdução falada)
Not Yet – The Jon Spencer Blues Explosion
Fun Lovin’ Criminals – Scooby Snacks
French Kicks - 1985
The Folk Implosion – Natural One
Death Cab For Cutie – President of What
The Streets – Don’t Mug Yourself
Idlewild – A Modern Way of Letting Go
Fountains of Wayne – Denise
Adventures of Jet – Blue Divine
Guided by Voices – Everywhere With Helicopter
The Soundtrack of Our Lives – Sister Surround
She’s So Huge – The Flys
Harvey Danger – Flagpole Sitta
Kid Galahad – Where is My Gold?
Luscious Jackson – Here
Blur – Crazy Beat
Weezer – Mo’Beats
PJ Harvey – Down By The Water
NIN vs. Spice Girls – Closer to Spice
Lords of Acid – Pussy
Peaches – Fuck the Pain Away
Brassy – Work It Out
Hot Hot Heat – Bandages

segunda-feira, março 03, 2003

AS NOTÍCIAS SOBRE A MINHA MORTE SÃO UM POUCO EXAGERADAS

Sim, eu ainda estou vivo.
Sim, estou no Viet...quer dizer, no Rio, e é Carnaval.
Sim, eu gosto de Carnaval, putaria e cerveja, mas não necessariamente sob o barulho de tamborins ou trios elétricos. Rock n' Roll will do, fine.
Sim, estou recuperando gradativamente a minha cor normal, após 3 tardes de praia, um sol quentíssimo e uma água deliciosa.
Sim, eu tinha um texto bem interessante pra postar, mas não pode ser agora, iria me comprometer incrivelmente a essa altura e gerar interpretações equivocadas. Esperem pacientemente até a poeira da folia assentar.

quinta-feira, janeiro 30, 2003

NÃO TENHO TUDO O QUE AMO, NEM AMO TUDO O QUE TENHO, MAS TUDO O QUE TENHO ME AMA

Femme Fatale. Brian De Palma. Rebecca Romijn-Stamos. De Palma de volta à boa forma. Sensual. Excitante. Voyeur até a raiz dos pentelhos. Rebecca Romijn-Stamos. Roteiro enxuto. Reviravoltas. Surpresas. Travellings de câmera. Cortes e ângulos de câmera inusitados. Tela em split com cenas simultâneas. De Palma gênio. Rebecca Romijn-Stamos. Cena inicial mistura Olhos de Serpente com Missão Impossível. Ambos De Palma. Melhor pupilo de Hitchcock. Um Corpo Que Cai com Janela Indiscreta. Provocante. Trama envolvente. Erótico. Quem liga pro final? PUTA QUE O PARIU: Rebecca Romijn-Stamos!!!

Assistam já!! E, rapazes, deixem suas namoradas em casa!!! Aquele strip/lap dance perto do final é de destruir casamento!!!



fim de mês... deadlines... posts curtos... fetiches para todos os gostos: Garotas nuas enchendo balões , Garotas nuas com pernas engessadas e Garotas nuas com tattoos e piercings (sweet!!!) ...

Minha trilha sonora da semana: Placebo – Sleeping With Ghosts, Zwan – Mary Star of The Sea e Cave In – Antenna.

Detalhe: nenhum dos álbuns saiu ainda... eu já tenho... Zwan, pra quem não sabe, é a banda nova do Billy Corgan e do Jimmy Chamberlin, ex-Smashing Pumpkins...

terça-feira, janeiro 28, 2003

DEVAGAR COM O ANDOR, QUE O MEU SANTO É DA BARRA


Cheiro do palito de fósforo quando risca.
Esfregar os dedos num tapete felpudo.
Comer um saco inteiro de mini-croissants.
Ouvir a respiração dela no meu ouvido, dormindo.
Dor na barriga de tanto rir.
Uma platéia te aplaudindo.
O arrepio na espinha logo antes de gozar.
Olhar no relógio e ver que ainda faltam duas horas pra se levantar.
Um "sim" logo após um "não".
Beastie Boys ao vivo.
Dormir mais de 8 horas.
Massagem nos pés.
Qualquer coisa feminina, o toque, o cheiro, a maciez da pele, a voz.



Tudo de que preciso me lembrar pra afastar da minha mente a vontade de MATAR O FILHO DA PUTA QUE ROUBOU MEU GUARDA-CHUVA NA PADARIA!!!! UM GUARDA-CHUVA QUEBRADO, AINDA POR CIMA!!!! NO MEIO DO TEMPORAL!!!



meu ombro dói...não sei se é o ombro que suporta o Byron anjinho ou o diabinho... eles estão brigando... amanhã eu conto...

sexta-feira, janeiro 17, 2003

COMO ERA GOSTOSA A MINHA RUSSA

Quando Olga Svetlana veio ao mundo, há cerca de 20 anos, seus pais estavam em uma situação desesperadora. A crise do comunismo na Rússia já se fazia visível e o mundo inteiro assistia a quem mais perdeu com a Guerra Fria em sua duração e estava perto de se afundar, anos mais tarde, com a glasnost. Boris Svetlana, pai de Olga, era lenhador nas florestas da pequena cidade de Minsk, de onde tirava o sustento da sua pequena e pobre família. Ou parte dele, pelo menos. Tão logo a noite caía, Boris trocava de roupa e transformava-se em Laika, a Cadela de Vladivostok. Laika era transformista e fazia o maior sucesso nos bares de strip do centro da cidade. Depois de muito vender o seu roskoff na Praça Rasputin, Laika decidiu que a ardência diária com que amanhecia não compensava os poucos rublos que arrecadava. Sabia que em Cuba, outro reduto comunista empobrecido, com um tubo de creme dental e uma barra de chocolate, você comia uma mulher. Com um kit de banho completo, a Miss Cuba era sua. Na Rússia, a pobreza ainda não tinha alcançado essa proporção, mas não eram raras as vezes em que voltava pra casa com uma garrafa de vodka em mãos, ao invés de moedas, e as pregas em chamas.

Numa fria tarde de outono, enquanto separava a extração de madeira do dia para o processamento, Boris cantarolava “If I was a Rich Man”, completamente surdo aos gritos de seus colegas naquele momento. O imenso tronco de carvalho atingiu-o em cheio. Olga, ainda na barriga da mãe, não chegaria a conhecer o pai.

Quando Olga nasceu, uma semana depois, Boris (ou o que sobrou dele) já havia sido enterrado e a família estava sob os cuidados da Companhia Madeireira Smirnoff, até que a pensão estatal fosse concedida. Apesar de suficiente para a sobrevivência de Olga e sua mãe Katerina, esta queria que sua filha deixasse Minsk quando crescesse e fosse buscar a vida no Ocidente. Logo, precisava de mais dinheiro. Não demorou e Katerina assumia, tão logo Olga desmamou e pôde ser cuidada por uma babá, a velha identidade de Laika, tão famosa na pele de seu falecido esposo. Com algumas coisas a menos. Trinta e dois centímetros, para ser mais exato. Mas ninguém reclamou. E assim a família Svetlana foi levando nos Urais. Katerina levava nos Urais e nos Anais.

A infância de Olga foi um tanto quanto complicada. Privada da presença masculina dentro de casa e incentivada pela mãe, que nunca arrumou outro homem (fora os clientes), a pobre menina crescia com um certo medo dos homens, estas estranhas criaturas de trombas entre as pernas. Mesmo na escola, não dirigia a palavra aos meninos de sua classe ou brincava com eles. Quando tinha 10 anos, seu vizinho Ilya, um moleque sapeca, enfiou a mão por baixo de sua saia. Quando tocou lá, Olga lhe dirigiu um confuso olhar, como se não soubesse bem o que ele estava fazendo. Meio que aguardando o próximo passo, também movida pela curiosidade, ela não tirou a mão dele de sua perestroika. Até que o menino resolveu enfiar o dedo. Olga deu um grito e, segurando com força o lápis com que desenhava em seu caderno, cravou-o na outra mão de Ilya, bem no centro, atravessando a palma, como o vampiro Jerry Dandridge em A Hora do Espanto . Ilya nunca se recuperou do incidente. Nove anos mais tarde, já na faculdade de cinema, durante uma exibição de “Um Cão Andaluz”, de Buñuel, Ilya, desesperado, olhando pro buraco em sua mão, começou a ter alucinações e a gritar “As formigas!!!! As formigas!!!!” e se jogou pela janela do sexto andar, indo virar obra surrealista na calçada.

Olga cresceu sem jamais ter namorado. Beijou alguns meninos em festas do colégio, depois de algumas doses de vodka, mas nunca passava da fase de “mãos nos peitinhos”. Embora soubesse da profissão da mãe, nunca sentiu familiaridade com o sexo. Até que um dia, ao completar 18 anos, resolveu que já estava na hora de dar. Mas decidiu dar em grande estilo. Antes, passou noites olhando pelo buraco da fechadura do quarto de sua mãe, assistindo-a em pleno ato com os clientes. Tão logo os olhos arregalados de susto deram lugar ao semblante de acostumada com bizarrices e perversões, pegou o primeiro trem pra Moscou e foi se encontrar com Piotr Grushenko, jovem magnata da indústria de peles, de 30 anos, com quem vinha se correspondendo pela Internet, numa sala de chat clandestina. Ela era Young_Pussy_34. Ele, John_Holmes_Cover.

O primeiro encontro dos dois ocorreu normalmente, como manda o figurino: jantar caro à luz de velas, colar de brilhantes de presente, conversa romântica, vinho tinto e ralação no sofá, ao som de Portishead (esse estereótipo barato de clima pra sedução também era comum na Rússia). Então, os dois se empolgaram. As roupas foram ficando pelo caminho entre a sala e o quarto e Olga resolveu colocar em uso o que havia visto a mãe fazer. Mas a prática é bem diferente da teoria e Olga acabou, literalmente, indo com muita sede ao pote. Enquanto demonstrava os prazeres da fellatio para Piotr (este com um sorriso bobo na cara), Olga não conseguia se decidir se engolia ou se cuspia. O momento da decisão final chegou e ela ainda continuava na dúvida. Com os olhos esbugalhados (e a boca cheia), ficou estática por uns três minutos. Resultado: sua língua colou no céu da boca. A operação para desfazer o estrago foi simples e relativamente indolor, apesar de ter durado mais do que o necessário, já que o cirurgião não conseguia parar de rir. Dali em diante, tudo o que Olga ingerisse passaria a ter gosto de cola tenaz com água sanitária (copyright by Clarah Averbuck).

A relação de Olga e Piotr foi se deteriorando, pela falta de sexo. Olga achava que, se resolvesse dar outra vez, alguma outra coisa de ruim aconteceria, que iria quebrar a mandíbula quando gozasse ou aleijar Piotr definitivamente, sei lá, baaaad mojo... Seis meses depois do incidente, Piotr teve uma idéia e levou Olga para conhecer Londres. Passearam bastante e divertiram-se, mas nada de fuder. Piotr resolveu, então, durante uma sessão de ralação em que voltou pro hotel com o pior caso de blue balls* da História, “dar um perdido” em Olga e, na manhã seguinte, voltou pra Moscou sem ela. Quando soube que fôra abandonada, sem dinheiro pra pagar uma diária extra, somente com sua passagem de volta, Olga entrou em parafuso com seu pobre destino. Conseguiu um vôo para o dia seguinte, mas, esgotada e triste com a solidão, não tinha onde dormir. Andando pelos arredores da London Bridge, entrou no pub Elusive Camel pra tomar uma pint e esquecer da vida. Ainda tinha libras suficientes e tickets de metrô, mas precisava de uma cama. Quando soube que o andar superior alojava um albergue, decidiu ficar por ali mesmo. No calendário pregado na parede, a data era 20/08/2002. No Rio de Janeiro, Byron Parker arrumava sua mala pra viagem, com 30 anos completados na noite anterior, depois de uma madrugada de fudelança desenfreada.

Quando Olga deitou-se no beliche, pensou se, ao voltar para Moscou e depois, Minsk, ainda conseguiria vislumbrar um futuro feliz. Lembrou que tinha lido num texto da Internet , uma vez, que a única coisa certa e duradoura na vida era a eficácia do filtro solar (ou coisa parecida) e conseguiu dormir mais serena. No dia seguinte, pegou suas coisas no pequeno armário e partiu pra estação de metrô, em direção a Heathrow e de volta pra casa. Ao dobrar a esquina, não reparou no jovem brasileiro com uma mochila enorme nas costas, ofegante e cansado, que também nem percebeu a existência da jovem e problemática russa.

No dia seguinte, ao retirar seus rolos de filme do pequeno armário que tinha pertencido, até há pouco tempo, a uma certa menina da terra dos bolcheviques, na correria rumo a Reading, Byron Parker levaria junto, sem saber, um rolo que não lhe pertencia, de alguém que ele não conhecia. E se algum bêbado se aproximasse num pub do Soho e se oferecesse para contar a triste história de Olga Svetlana, que queria dar, mas não conseguia, Byron, no mínimo, balançaria a cabeça e dar-lhe-ia as costas. Ao chegar em casa, então, revelaria as fotos da viagem e encontraria, no meio, estranhas imagens que ele não tirou, gente que ele nunca viu e paisagens que não visitou, como estas abaixo:





O enigma permanece. Quem será Olga? Terá ela existido? O que aconteceria se tivesse encontrado Byron? E o que me leva a crer que ela ainda permanece virgem?

* blue balls - ralar, ralar, ralar e não chegar aos finalmente. Suas bolas incham e doem. É horrível. E só resolve, por mais humilhante que isso possa parecer, no 5 x 1, tão logo se chegue em casa.

sábado, janeiro 11, 2003

SOBRE SER OU NÃO UM NERD E TER SUPER-PODERES Será que eu realmente sou um nerd? Vejamos os fatos. PORQUE EU SOU NERD: 1) Tenho certa dificuldade em me aproximar de meninas– Depende. Às vezes, sim, às vezes, não. É como eu já disse, o que atrapalha nem sempre é a timidez, mas o “bad timing”. E eu conheço pessoas que odeiam computador, escutam pagode e também são tímidas com o sexo oposto; 2) Eu tenho um Blog– Bom, ter um blog é um bom pré-requisito pra ser um nerd, porque pressupõe que você vai passar algum tempo em frente ao computador e conhece pessoas que também vão, ao menos pra ler as besteiras que você escreve. Mas, por outro lado, você tem gente conhecida como o Alysson Gothz e o Adriano Butcher , que com certeza não são nerds e têm blogs bem freqüentados; 3) Eu sou viciado em música/cinema/livros– Tenho um certo conhecimento nesses campos que é acima da média, mas eu poderia ser um aficcionado como o Patrick Bateman, de Psicopata Americano e seria charmoso o suficiente para conquistar mulheres e ter fama; 4) Gosto de quadrinhos de super-heróis– Já gostei mais. De alguns anos pra cá, eu realmente parei de comprar, mas tenho tudo o que saiu da Marvel e DC de 83 a 94, pelo menos. Hoje, não prendo a respiração se o Arqueiro Verde do Kevin Smith saiu nas bancas (pra falar a verdade, nem comprei ou vou comprar); 5) Uso óculos e era CDF na escola– Sim, eu uso (ou deveria usar sempre), mas só para dirigir e ler à noite. Meu irmão também é míope, mas pega onda, malha e gosta de Lulu Santos e the Calling. Quanto a ter sido CDF, sim, eu era, não nego, nem tenho argumentos do contrário. Foda-se. PORQUE EU NÃO SOU UM NERD: 1) Odeio videogame– É verdade. Nunca gostei de videogame, sob que forma vier: Playstation, Master System, Sega, jogos de LAN House, de computador, enfim, N-Ã-O-G-O-S-T-O-D-E-V-I-D-E-O-G-A-M-E!! O último que tive foi um Atari. Sério. Ainda gosto de jogar, às vezes, pitfall e River Raid no emulador que baixei, mas enjôo fácil. Pinball me atrai mais. Ah, e tenho um Telejogo lá em casa. Não funciona, mas penso em consertar. Lembram do Telejogo? Uns pauzinhos toscos batendo uma bola quadrada em 8 esportes diferentes? Então...esse da foto aí embaixo foi o primeiro a sair... a minha versão é mais completa: 2) Não gosto de Sandman– Não precisa dizer, Alan Moore rules e Sandman sucks; 3) Não curto os Simpsons– Oooohhhhhhhhhh!!!!!!!!! Que sacrilégio!!! Que profanação!!!! Que desenho meia-boca!!!!! South Park dá de mil... 4) Não tenho vontade de assistir ao Senhor dos Anéis mais de uma vez– Li os livros há uns 10 anos, gostei bastante e os dois capítulos do filme são muito fodas, mas é isso aí. Já vi ambos num cinema fodão, não precisa mais, pelo menos até sair o DVD. Ainda estou enrolando pra assistir à versão extended da primeira parte que o Preacher me arrumou.. 5) Não assistia a Caverna do Dragão quando era mais novo– olha, esse desenho era insuportavelmente chato!!! Eu juro que assisti a He-man e Thundercats, mas Caverna do Dragão não dá!!!! 

quinta-feira, janeiro 09, 2003

Eu tenho uma relação de amor e ódio com Sampa. Minha primeira vez aqui foi naquelas excursões de sétima série pra Playcenter, Cidade da Criança, Simba Safári e tal. Eu e meus colegas de turma fomos tratados igual a vermes pela molecada paulista. Tinham medo de que a gente fôsse roubar as meninas deles (olha só, eu com 13 anos, o mais pega-nínguem do planeta), diziam que éramos malandros, enfim, vocês sabem da rixa. Minha impressão, junto com o visual lixão que pudemos contemplar, foi a pior possível. Quando eu escolhi fazer o concurso pra cá, em 1997, foi por achar que tinha mais chances, pois o número de vagas era o triplo do RJ. Tinha um pouco de curiosidade também, pois sabia o quanto a noite de São Paulo era falada, principalmente no meio roqueiro de que eu já fazia parte. Uma simples questão de unir o útil ao também útil. Eu ainda não enxergava nada de agradável em São Paulo. Quando eu me mudei pra cá de vez, não conhecia absolutamente nada nem ninguém na cidade. Dividia um apart-hotel com um colega de trabalho que também mal conhecia, mas compartilhava comigo a sensação de carioca perdido e, mesmo já instalado em um apê decente, após um ano, o mesmo em que me encontro agora, completei 2 anos sem fazer amigos aqui, exceto os colegas de profissão. Saía à noite, aproveitava ao máximo, mas ficava a sensação de que eu era um simples turista, eu não pertencia ali. Nesse ínterim, eu passava a descobrir coisas boas de Sampa. As baladas (demorou pra eu parar de falar "night") roqueiras e de hip-hop eram muito animadas e em número bem maior do que as cariocas. Elegia a Vila Madalena como santuário. Transitava pela Avenida Paulista fascinado com os prédios. Ia à Galeria do Rock e outros muquifos escondidos exercer meus instintos consumistas. Mas também reclamava do trânsito infernal, do frio escroto do inverno, da poluição e da sujeira, das pessoas que a todo momento me perguntavam espantadas se eu era carioca, como se eu fosse um pinguim em Copacabana. Com o tempo, muito tempo, por sinal, comecei a fazer amigos, conhecer as pessoas, ser conhecido. Sinto orgulho de ter me tornado, nos ambientes que frequentamos, o "Carioca". Simples. Prosaico. Mas nem sou o único nascido no Rio, o que confere ao título um grau de "I'm the man!!" Hoje, adoro-os indiscriminadamente, junto aos meus amigos do trabalho e, no momento em que a noite paulista não é mais aquela (de uns 2 anos pra cá), posso fazer com eles nossas próprias baladas. E o meu trabalho não é menos importante aqui. Por conta de características regionais e arrecadatórias e da competência de quem trabalha comigo, ele assumiu uma qualidade e um potencial que eu acredito não poder encontrar ao exercer a mesma função no Rio. Mas isso não importa, agora. Porque eu venho, de um ano pra cá, me lamentando a cada vez que volto do Rio pra Sampa. Poder desfrutar da diversão e da proximidade da maioria dos meus amigos e da minha família em apenas 2 ou 3 dias, com prazo de validade, transformou-se em tortura. E eu vi que era hora de voltar. Voltar a comer pizza com ketchup, sem que ninguém reclame ou me olhe de cara feia. Voltar a usar chinelo pra ir ao shopping perto da minha casa, sem causar espécie. Voltar a não ter a pele seca e escamada, o saco reduzido a uma uva-passa, nem o queixo batendo por causa de frio, mesmo que isso signifique suportar 42 graus no verão. Voltar a percorrer 50 quilômetros em perímetro urbano em apenas 45 minutos. Voltar a querer sair mais de casa. E passar a fazer coisas novas, como correr de manhã na orla e na Lagoa, ver o pôr-do-sol na praia, curtir a Prainha numa segunda-feira, final de tarde, tomar água de côco, fazer tudo aquilo que é o estereótipo do carioca e que, quando criança, eu achava que iria fazer no futuro. Eu gosto de ser branco assim, embora nunca tenha sido. Se eu, há cerca de 2 anos, já cheguei a pensar em constituir família em São Paulo, peço desculpas à Cidade Maravilhosa por tamanha profanação. O filho pródigo volta em breve. Mais sábio, mas não menos pervertido e menos carioca. De São Paulo, guardo as lembranças e os amigos, que visitarei constantemente e espero que me visitem e me deixem mostrar porque voltei. Basta uma caminhada do Leme ao Leblon, um percurso de trem da Central a Santa Cruz, um passeio de carro de Grumari ao Pontal... eles vão entender... O mais simbólico, talvez irônico, deste evento foi que o calendário marcava 08/01/1998 quando cheguei em Sampa pra morar. Exatos 5 anos ontem. Mesmo dia em que recebi a notícia de que iria voltar, definitivamente. As coisas comigo acontecem assim. Quase predestinadas e eu ainda me surpreendo e balanço a cabeça, rindo. I should have known... EU VOU VOLTAR!!!!!!!!! JULHO, RIO, CAPITAL... 6 MESES E CONTANDO...

quarta-feira, janeiro 08, 2003

E coloquei um novo site meter no blog, o que zerou a contagem...
E acabei de escutar o melhor CD de 2003 não-lançado ainda, "100th Window", do Massive Attack...
E vou continuar a baixar álbuns antes de serem lançados e filmes em imagens pixeladas e som ruim pra assistir no computador antes de estrearem e contar o final pros amigos, porque eu sou sem-graça mesmo e acabei de entrar pro rol das Pessoas Más ...
E descobri que doideira tem limite na Igreja de Jesus Cristo Elvis ...
E amanhã vocês vão conhecer a História de Olga Svetlana e o Free Spanking...

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