sexta-feira, dezembro 21, 2007

WHY SO SERIOUS?

Eu tô começando a ficar com medo de pessoas, sabe? Justamente quando chega a época de Natal e você percebe que não sente falta alguma de ninguém da sua família e se acha um freak perturbado por pensar assim, vem um bando de gente esquisita fazer contato, quase como se sentisse o quociente de freakness saindo pelos seus poros. E então outros não-freaks (ou não aparentemente) te confrontam com uma realidade que não é a sua, que te coloca contra a parede ou te faz questionar o que você acredita ser real e verdadeiro e ao invés de descartar tudo como uma grande bobagem/mentira/fofoca/intriga, você efetivamente pára e pensa. E nasce a dúvida.

Eu queria ser onisciente, mesmo que fosse pra saber quem fala mal de mim ou inventa coisas a meu respeito. Mas queria mais ainda conseguir fazer as pessoas acreditarem que eu só falo mal de alguém se eu concretamente tiver algo de mau pra falar.

Talvez seja só a antecipação do sono. São 4:58. Acordo para trabalhar em exatamente duas horas e trinta e dois minutos. Desculpa, blog, mas eu não tinha ninguém com quem desabafar a essa hora.

sexta-feira, novembro 30, 2007

FRASES DA SEMANA

Antes que eu me esqueça.

"Todas as mulheres são loucas e todos os homens são bobos".

- Alexandre Nix, blogueiro frenético

"Esta está sendo a melhor menstruação da minha vida".

- Ana C., surtada... e menstruada

"Eu tenho manias normais, tipo, cada flyer que eu recebo eu faço um barquinho".

- Júlia Resende, auto-proclamada workaholic e pseudo-intelectual

"Eu não vou amanhã (hoje) ao aniversário da Funhouse. Vai ser no Clube Inferno. Eu sou católico, não entro em um lugar com esse nome. Já pensou eu ligando pra minha mãe? 'Mãe, tô no Inferno!!'"

- Rogério Real, DJ, mandando a real

"Por que diabos você ligaria pra sua mãe de madrugada só pra dizer onde está? Ai, desculpa, falei 'diabos'".

- Carlos André Cruz, fiscal da Receita, respondendo a Rogério Real e precisando de remédios

quarta-feira, novembro 28, 2007

O DIA EM QUE EU TENTEI VIVER



Eu não ando com o mínimo saco para escrever nos últimos dias. Fazer relatórios pro trabalho me tira a vontade de ter que criar outros textos por aqui. A título de terapia, então (existe mais um motivo para eu ter um blog?), eis a obsessão que me consome há uma semana: o show do Chris Cornell, dia 12/12, no Citibank Hall.

Lá pelos meus 20 anos, no começo dos anos 90 - 1992, se não me engano - eu me lembro de estar sentado na sala com amigos meus e do meu irmão, após uma "jam session" em minha casa (ou seja, barulheira infernal sem o mínimo de talento), quando discutíamos sobre que tipo de som tocar, se o metal que vinhamos ouvindo (Iron Maiden e Megadeth), funk metal (RHCP e Faith No More) ou rock dos anos 80. O punk passou batido em Campo Grande, até hoje não engulo. Eis que surge o Nirvana tocando "Smells Like Teen Spirit" na MTV. Desconhecido, até então. Dei um pulo do sofá e disse: "Porra, é isso aí!" Em seguida, vieram clipes de Alice In Chains e Pearl Jam. Para todos, hoje, isso pode soar clichê e previsível, mas na época, ninguém conhecia aquelas bandas. E foi aquele som que nos motivou a tocar e mudar sensivelmente o repertório. O pessoal saiu da sala, fiquei sozinho. Entrou o Soundgarden com "Outshined". Fiquei vidrado. Eu queria chamar os outros de volta pra ouvir aquele som, mas sabia que nossas limitações musicais jamais nos permitiriam reproduzir aquilo. O vocal, então, nem se fala.

O que aconteceu depois, todo mundo já sabe. E o Soundgarden passou a ser minha banda preferida da primeira metade dos anos 90. Eu queria ter 1/10 do talento que o Matt Cameron tinha na bateria. Quando eles praticamente decretaram "grunge is dead" com o lançamento da obra-prima "Superunknown", eu já era um humilde servo. Hoje continuo apenas um servo, a humildade já se foi. E voltei a ouvir o "Superunknown" duas vezes ao dia. Sabia cada batida de cor, tocava no violão todas as músicas com afinações bizarras e cantava todas as letras em tom mais baixo (óbvio!!).

A banda lançou o ótimo, porém inferior (e subestimado), "Down On The Upside" em 96 e acabou quase em seguida, movida por brigas e vaidade. Matt Cameron foi tocar no Pearl Jam (o que para mim equivale a Zico jogar pelo Vasco) e esqueci dele. Mas ainda me lembro da simplicidade, ritmo e cadência que dava até a músicas menos explosivas, como Rhinosaur, Head Down e a depressiva Mailman. Melhor baterista dos anos 90, na minha opinião. E olha que eu adoro até o que vim a ouvir atrasado pré-Badmotorfinger, como as ótimas Hands All Over e Loud Love.

O Chris? Bom, aquele vozeirão impressionante era um tremendo embaraço ao vivo. pelo que tenho de gravações do Pinkpop e Lollapalooza em 92 e em outras dezenas de vídeos, não só do SG, mas também do deprimente "Rage Against The Garden" (Audioslave), ele não sustenta ao vivo os agudos. Observando alguns vídeos da nova turnê solo, no entanto, pelo usuário do YouTube CornellsGarage, dá pra sentir uma leve melhora, mesmo com 43 anos de idade, muitas drogas e cigarros depois. Repertório do show de 13/11 nos EUA:

Let Me Drown
Outshined
Show Me How To Live
Out Of Exile
No Such Thing
Billy Jean
Hunger Strike*
Spoonman
Doesn't Remind Me
Cochise
Ty Cobb
Arms Around Your Love
You Know My Name
Be Yourself
Pretty Noose
What You Are
Rusty Cage

Superunknown
Seasons**
Burden In My Hand
Slaves & Bulldozers

* - Temple Of The Dog
** - trilha sonora do Vida de Solteiro

No dia seguinte, ele cantou Black Hole Sun com o Peter Frampton e costuma alternar outras músicas do SG.

Com todas essas aí em cima e mais outras que podem entrar, será impossível que eu perca esse show. Reminiscências e reencontros com o meu eu de 20 e pouquinhos anos, mesmo que não seja o Matt na bateria, mesmo que a voz do Chris não agüente, mesmo que aquilo que eu busque não esteja mais lá.

Sim, cada uma das músicas sublinhadas acima é um link para um vídeo no YouTube. Quero que vocês ouçam o que eu falo.

sábado, novembro 17, 2007

COLD WIND

Eu tinha um sonho recorrente quando eu era criança. Vez ou outra eu sonhava que era infinitamente minúsculo e tudo ao meu redor era incomensuravelmente grande. Acordava suando e cheio de pavor e ia correndo acordar minha mãe também. Eu só conseguia sossegar se ela andasse comigo por toda a casa pra me mostrar que as coisas estavam nos seus devidos tamanhos.

Outro dia desses, eu tentei invocar essa sensação de pavor com a qual acordava. Imaginei que afundava no meu colchão e que os móveis cresciam assustadoramente de tamanho. Por cerca de 10 segundos, consegui resgatar parte da sensação. Foi uma catarse iluminadora. Primeiro, porque demonstrava o poder de minha mente. Segundo, porque me dava a certeza de que todos os nossos medos infantis nunca vão embora em definitivo, só os enterramos tão profunda e indefinidamente que não se sabe quando podem aflorar.

A imensidão óbvia, no entanto, nunca me assustou. Móveis do tamanho de arranha-céus são assombrosos, mas arranha-céus de verdade sempre me fascinaram. Claro, se restritos ao que chamo de terra natal. Tudo isso pra dizer que eu amo o Rio de Janeiro.

Acabo de voltar da experiência incomparável de sair de uma festa na Lapa e tomar o caminho menos comum para casa. Evitando a confusão da Mem de Sá, pego o rumo da República do Chile. A Catedral Metropolitana, imponente como igreja inusitada, e o prédio da Petrobrás, que gasta tanta luz quanto uma cidade pequena, saltam aos olhos no horizonte do Centro, em direção à Av. Rio Branco. Largo da Carioca à esquerda, 13 de Maio à direita, o vento frio soprando na janela que, oportunamente, deixei aberta. "Cold Wind", do Black Rebel Motorcycle Club, tocando no meu CD player. Clichê, mas a epifânia merece trilha sonora adequada.

Descendo a Rio Branco, MNBA, Biblioteca Nacional, Cinelândia, o Monumento dos Pracinhas se aproximando no horizonte, olhos cuidadosos para os veículos que cismam em atravessar sinais vermelhos na entrada do Aterro. MAM passando voado, minha mão já pra fora sentindo o vento, dedilhando a corrente. Dirigir com uma mão só, de olho nos novos pardais da indústria municipal de multas. Como diriam Fausto Fawcett e Fernanda Abreu, sou carioca, pô, eu quero meu crachá.

Praia do Flamengo, Hotel Glória, Pão de Açúcar escondido na escuridão, Morro da Viúva, sede antiga do meu Mengão. Baía de Guanabara, sei, é clichê, mais uma vez, mas a grandeza do meu Rio não me assusta, não são os móveis de minha casa. É preciso, de qualquer forma, andar pela cidade, pra me mostrar que as coisas continuam nos seus devidos tamanhos, imensas, imponentes, lindas, absolutas.

Eu amo a minha cidade. Dizem, em inglês, que "home is where the heart is", mas eu começo a perceber que "the heart is where your home is", mais do que tudo. Quando eu me der conta 100% de que minha felicidade plena, em todos os âmbitos possíveis, está nos limites do meu Rio de Janeiro, serei efetivamente um homem mais feliz.

Sou carioca, pô, eu quero meu crachá.

sábado, novembro 03, 2007

O SOLADO DA PUMA ESCORREGA

Ou então comprei os únicos dois pares de tênis sem aderência da marca. Pior para minha bunda e seu contato com o chão em duas ocasiões diferentes desde que cheguei à terra do "leitê quentê" e dos topetinhos. Escoriações e contusões à parte, volto pro Rio daqui a pouquinho. Saudade já da minha terra, não consigo ficar muito tempo em cidades do interior.

Tirando a incômoda chuva, que atrapalhou bastante meu intuito de rodar todos os inúmeros sebos e brechós da cidade, o feriado foi bom. Ainda considero uma experiência muito gratificante vir a Curitiba todo ano assistir ao TIM Festival. A pedreira é linda, de razoavelmente fácil acesso (30 min. de ônibus do Centro), a infra é ótima, bebida e comida baratas, público comportado, considerando a criançada presente, visibilidade boa do palco e a presença de mil mulheres lindas. Ah, os shows também foram bons, na média.


Eu já tinha uma idéia predeterminada de como seriam, mais ou menos, alimentada em parte pelo fato de que já assisti a todos os artistas em outras ocasiões: Hot Chip deslocado, mas interessante, Björk cativante, porém chata para muitos, Arctic Monkeys batendo cartão sem empatia e o Killers messiânico. Guardadas as devidas proporções, foi exatamente isso.

Não ajudou muito o Hot Chip ter começado o show pontualmente às 19h, já que nem 1/3 do público havia chegado ainda e a luz do dia também não tinha desaparecido. A música deles seria perfeita num clube ou no mínimo mais tarde, com show de luzes e tudo o que demanda o gênero, levando-se em conta que eles não se mexem muito no palco. Como ficou, apenas trilha sonora de ambientação. Nem "Over and Over" empolgou tanto.



Eu não sou um fã ardoroso da Björk. Levanto ambas as sobrancelhas para os últimos álbuns dela, achei o Medulla uma merda e só gosto incondicionalmente mesmo das músicas mais antigas. Mas pode me espancar e me chamar de Sally se o show dessa elfa não cresce em cima de você. É fato que a maioria do público presente estava cagando para ela e mesmo os que gritavam "u-hu" a cada "obrigado" que ela tentava inutilmente pronunciar (saía algo como "obricá") só o faziam certamente porque é "cool" dizer que se gosta de Björk. Mas é preciso paciência para se apreciar um show desses, com todo o gestual e teatral que ela traz consigo (motivos orientais no momento), um palco grande demais para as músicas mais introspectivas e tal.

Só que o seu carisma é inegável. Dando tudo de si, na voz, na dança, no visual, aos poucos os chatos do "u-hu"assentam e é possível deixar a mente vagar pelas músicas. Apresentação com base no álbum mais recente, mas com direito a "Bachelorette", "Joga", "Hyper Ballad" e, para a minha imensa alegria, "Army Of Me", cujo vídeo postarei depois. Ao fim de uma hora de encanto, sob gritos de "Volta! Volta!" (trocadilho ou coincidência?), ela, a ótima banda e suas ninfas islandesas retornam ao palco para encerrar a festa com um esporro eletrônico com direito a chuva de papel picado na nova "Declare Independence". Memorável e, de longe, o melhor show da noite.



Eu me lembro quando assisti a Velocidade Máxima (Speed) no cinema há uns 13 anos. Havia uma frase que encerrava o filme e que ficou na minha cabeça, sabe-se lá por que motivo. Dizia algo como "relacionamentos que começam intensamente duram pouco". Essa máxima, comigo, pelo menos, sempre funciona. Não acho que seja uma analogia forçada usá-la para me referir aos Arctic Monkeys. Acho que já está chegando ao fim o reinado deles sobre a máquina do hype. A não ser com uma mudança radical ou algum tempo para sossegar, os moleques vão entrar em combustão espontânea.

Já não chega o imediatismo de lançar dois álbuns seguidos em pouco mais de um ano, os riffs pós-punk e mil variações de ritmo nas músicas estão começando a dar no saco, ao menos para mim. Não me entendam mal, os moleques tocam muito bem e há várias canções muito boas, mas o problema é a aparente necessidade de se mostrar o quão virtuoses eles são, às vezes colocando cinco caminhos diferentes numa mesma música. A falta absoluta de carisma no palco também prejudica públicos não-ingleses, ou seja, não acostumados com essa fleugma britânica (timidez?) e o show soa frio e sem vontade, apesar da platéia vibrar com os hits. "Fluorescent Adolescent", rapazes, esse é o caminho. Canção simples, melodiosa e eficaz no que se propõe. É por aí.



Para muitos (leia-se "quem não gosta de Björk"), o Killers foi o show da noite. Grandioso e reflexo perfeito da megalomania de seu vocalista, entrega de cara as origens da banda (o exagero visual de Las Vegas) e sua formação religiosa (impossível tirar o ar de pregação mórmon de Brandon Flowers). Bom, à exceção de "Read My Mind", eu não gosto do Sam's Town. Daí a achar dois terços do show chatos. "Mr. Brightside", "Jenny Was A Friend Of Mine", "Smile Like You Mean It", "Somebody Told Me" e, já no bis, "All These Things That I've Done". A cover de "Shadowplay", do Joy Division, foi OK, mas foram estas 5 músicas o que valeu o show para mim. O resto, dispensável.



A viagem serviu também para que eu lesse o "Sex, Drugs And Cocoa Puffs", do Chuck Klosterman. Eu juro que não entendo como nenhum livro dele foi lançado no Brasil ainda por uma Conrad da vida, afinal, o cara é sucesso absoluto nos EUA, escreve para a Spin, a Esquire, GQ, Washington Post, Village Voice, tem uma linguagem pop irresistível e um ótimo senso de humor. Neste aqui, o mais clássico (pelo menos ainda não li o IV ou o Killing Yourself To Live, também comprados em agosto), através de vários textos randômicos, detona sua metralhadora giratória falando de assuntos tão díspares como Pamela Anderson, Big Brother, John Cusack, basquete, Billy Joel, o Império Contra-Ataca e outros. Às vezes, falha miseravelmente, como quando tenta justificar seu ódio por futebol (o nosso) dizendo mil asneiras sobre o esporte, mas em geral ele acerta no alvo. Como exemplo, vejam os seguintes trechos:

"Woody Allen tornou aceitável para mulheres bonitas dormirem com nerds bobões de óculos; tudo que precisamos fazer é fabricar a ilusão de humor intelectual e, de algum modo, temos uma chance. A ironia é que muitas das mulheres mais suscetíveis a esta armação sequer assistiram a algum dos filmes de Woody Allen ou estariam dispostas a tocar o próprio Woody Allen se tivessem a chance (especialmente desde que ele provou ser um über-pervertido freak de clarinete)".
- Sobre relacionamentos.

"Se você fosse tomar pornografia pelo seu valor nominal, você seria forçado a concluir que mulheres raramente têm pelos pubianos, exceto por aquelas que fazem propaganda em ter mais pelos pubianos do que o normal. Também parece haver uma demanda incessante de adolescentes nuas, embora também pareça haver um entendimento tácito de que qualquer mulher de 31 anos com peitos pequenos possa pa
ssar por uma adolescente se ela tem maria-chiquinha e um pirulito".
-
Sobre pornografia na Internet.

"Qualquer criança normal seria mais atraída por Skywalker do que Solo. Essa foi a personalidade que engolimos. Logo, quando todas as crianças de 8 anos em 1980 fizeram 21 em 1993, não conseguimos evoluir. Estávamos apenas velhos o suficiente para ser corrompidos pela infância e jovens demais para não perceber isso. De repente, nós todos queríamos ser Han Solo. Mas estávamos enrolados com problemas de Skywalker".
- Sobre a influência de Guerra nas Estrelas na Geração X (a minha).


"Você encontra sua alma gêmea. Contudo, há um porém: a cada três anos, alguém quebrará ambas as clavículas de sua alma gêmea com uma chave inglesa, e só há um meio de você impedir isto de acontecer: você deve engolir um comprimido que fará com que todas as músicas que você ouvir - pelo resto de sua vida - soem como se estivessem sendo tocadas pelo Alice In Chains. Quando você ouvir Creedence Clearwater Revival no rádio, irá soar (para os seus ouvidos) como se estivesse sendo tocada pelo Alice In Chains. Se você assistir ao Radiohead ao vivo, cada uma de suas melodias soará como uma cover feita pelo Alice In Chains. Quando você ouvir um jingle de comercial na TV, soará como Alice In Chains. Se você cantar sozinho no chuveiro, sua voz soará como a do falecido vocalista do Alice, Layne Staley, cantando a capella (mas soará assim somente pra você). Você tomaria o comprimido?"
- Parte do questionário para avaliar se o autor gostará de alguém ou não.



Porra, como não ler este livro?

quinta-feira, setembro 27, 2007

SPARE ME THE SUSPENSE

Por um instante duvidei de que conseguiria escrever algo hoje, sóbrio que estou. Ainda duvido. Fora coisas corriqueiras como indicações de séries novas de TV (que realmente pretendo colocar aqui tão logo assista ao remake de Mulher Biônica), não há nada em ebulição pra causar impacto ou suscitar fofoca ou especulações (como as perguntas de amigos sobre quem seria la muse). Mas ela me sorriu hoje. Gossip Girl, wait for tomorrow. (aqui vai o smilie da piscadinha).

Pensei mais cedo em como seria surreal, porém curioso, se eu me engajasse numa jornada pra localizar cada uma de minhas paixões platônicas do passado que sumiu e sossegasse o id ambulante aqui, confrontando-as de alguma forma, tal qual o Rob Gordon (Fleming). "Fernanda, aí está você. Engordou, né? Hmm". "Patrícia, há quanto tempo!!! E aí, casada, com filhos? Como vai a velha chama? Não brilha mais, né? Pena. Não, ando sempre numa boa. Foi mal". "Márcia!! Lembra daquela época, como éramos jovens e burros? Bom, não sou mais jovem, mas pelo menos também não sou mais burro. E você?" "Talita, você continua linda! Vamos tomar algo? Pra minha casa ou pra sua? Uau, essa demorou!"

Ou não. Deveríamos passar 35 anos vivendo e mais 35 consertando as besteiras feitas até ali. Zerar o karma. Nunca errei com essas aí e tantas outras, o destino é que errou comigo. Mas tenho uma lista de erros enormes com diversas outras. My Name Is Byron. Tá vendo, nem a idéia é original, e o Jason Lee tem mais carisma do que eu pra fazê-lo. Eu que sempre me gabei de jamais me encaixar em estereótipo algum, me pego imerso no maior clichê de todos. Posso escrever "o relógio está batendo"? Chutemos o balde, por que não? Meu narcisismo é tanto que até a admissão de minha crise me soa charmosa, um motivo para empatia, pena (mais auto-perceptível do que alheia) e compulsões.

Que venha o hedonismo então, fulminando meu charme como um fósforo em poucos segundos, a única coisa que eu realmente aprendi a fazer, e muito bem. Bring it on.

terça-feira, setembro 25, 2007

BACKLASH

Eu sei, eu sumi. Digito essas linhas tortuosas por influência do vinho. Tortas seriam também se não fosse a formatação do Blogger. Ou Google. Ou o que quer que realmente esteja me controlando a cada tecla. In Vino Veritas. Detesto contestar os romanos ou subverter-lhes no sentido da frase, mas é a mais pura verdade. Contemporânea que seja, não existe no mundo bebida mais poderosa em forçar a confissão da alma alheia do que o vinho. Álcool, por si só, não é suficiente. O vinho, esse liquor que não mata, de que ouvimos relatos de bebedores contumazes e diários que viveram lúcidos até os 100 anos, como se explica, será a ultimate therapy? Poderíamos ser capazes de nos transmutar em xamãs com o cérebro cheio de mescalina e exorcizarmos nossos demônios interiores, ao mesmo tempo em que buscamos iluminação, com banais taças de vinho, esse líquido turvo e roxo?

Bobagem sequer tentar responder. São as palavras de um bêbado, não perceberam ainda? Não levem em consideração.

Devo muito nesse espaço entre o último post e agora. Pagarei minhas dívidas. No interstício do instante em que pisei em solo brasileiro até o presente momento, já encontrei problemas no trabalho, tentativa de suicídio na família e uma crise dos 35 que resolveu sair do papel. Nelson Rodrigues perde.

Mas longe de mim entrar em um clichê tão patético quanto "afogar minhas mágoas". Não quero afogá-las. Nos últimos dias, esforço-me em mantê-las nadando tranqüilamente* num mar de álcool e bílis, à minha disposição para lançar a bóia e usá-las quando me for conveniente.

E toda empolgação em escrever necessita de uma musa. Eu descobri a minha. Ela é linda, ela é diferente de mim, ela tem prazo de validade, ela é inacessível. Como toda musa. E ela tem um sorriso encantador. Como resistir a um sorriso encantador?

No mais, aguardem, escreverei tudo o que prometi.

* - eu uso tremas.

sábado, agosto 25, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN – PARTE IV

Já chegou a hora do programa terminar
Mickey Mouse...
(logo nos veremos de novo!)
Vai partir...
(porque gostamos de vocês...)
Vai se despedir...


Despedida do Clube do Mickey, nos anos 80.

That's all, folks! Adoraria cumprir a promessa de digitar as coisas conforme iam acontecendo, que fiz pouco antes da minha viagem, mas infelizmente a ausencia de Internet em altas horas (convenhamos, as unicas em que se pode escrever quando se esta viajando e vendo mil coisas) na maioria dos lugares onde estive prejudicou meus planos. Se ha um grande arrependimento, eh o de nao ter trazido um laptop, nao so por se poder escrever a hora em que quiser, mas tambem porque se tem uma coisa que existe aqui em grande oferta, e de graca, eh ponto de wi-fi. Ah, e seguranca para carregar seu computador e abri-lo aonde for.

Claro, isso nao quer dizer que eu esqueci de relatar as coisas, apenas vou fazer com atraso, assim que chegar ao Rio, na segunda, ja que parto hoje para Miami. Como chego tarde e o dia amanha sera reservado para ultimas compras, esta eh minha ultima postagem em terras estrangeiras. Tudo vira a seu tempo, integralmente. Eh muita coisa pra contar. Rock The Bells, Virgin Festival, EUA em geral, cidades, lugares, cemiterios, lugares mal-assombrados, tudo aguardando relato.

Ainda vou falar bastante de New Orleans, mas so pra encerrar no clima e aproveitar o titulo com trocadilho, concluo as observacoes gerais sobre a cid
ade e o que o Katrina conseguiu com sua furia. Bom, nunca mais NO sera a mesma. Ainda que todos que sairam da cidade voltem, que ela seja toda reconstruida (acho muito dificil depois do que vi ontem) e que o turismo volte ao normal, a marca deixada pela destruicao e pelo descaso que sofreram suas vitimas eh muito profunda.

Ha aqueles que sofrerao eternamente pelas perdas, ha os que acharam um meio de contornar a tragedia, seja pelo humor, seja pela musica, seja pela indiferenca. Melhores frases de camisetas a venda nas diversas lojas de turistas: "KATRINA GAVE ME A BLOW JOB I'LL NEVER FORGET", "FEMA EVACUATION PLAN: RUN, MOTHERFUCKER, RUN!" e "MAKE LEVEES, NOT WAR". As galerias e lojas de arte do French Quarter todas tem alguma obra que se refere ao furacao, algumas ate de series ou personagens criados.


O Lower Ninth Ward eh um lugar-fantasma. Ao se passar por la, ve-se ainda o que sobrou das casas, as lojas fechadas, um Six Flags abandonado, a linha amarelada na parede das casas indicando ate onde a agua chegou, grandes espacos vazios de onde casas foram arrancadas, um tumulo em formato de bairro. Foi onde a agua chegou a mais de dez pes e nao sobrou diferenca entre terra e o lago Pontchartrain.

No telhado das casas, as marcas caracteristicas da enchente, sinais em "X" onde a FEMA colocava nos lados o numero de pessoas e animais de estim
acao mortos encontrados. Com excecao das casas, de alguns indicios de destruicao ainda nao removidos, como barcos atolados, um farol que caiu, montinhos de lixo e entulho aqui e acola, a maioria dos destrocos ja foi retirada. Mas as fotos que vi de quando a agua baixou sao impressionantes.

As outras areas alagadas em menor escala, como Gentilly, a area da London Ave., Carrolton, tambem tem os mesmos sinais. Mas nestas a quantidade de casas ja em processo de reforma e reconstrucao eh bem maior. No Lower Ninth Ward, a devastacao impera. Um grupo de musicos, em especial Harry Connick Jr., Brandford Marsalis e Dave Matthews, ajudou
a custear uma associacao que esta construindo a "Musician's Village" na parte superior do Ninth Ward. As demais areas alagadas da cidade sofreram bem menos. Mas afetaram mesmo os bairros que escaparam, como o French Quarter e o Garden District, onde os bondinhos nao funcionam ainda. E eh fato que sem a ajuda do Governo Federal (dinheiro!!), as reformas mais necessarias, ou seja, replanejamento dos diques e da costa de New Orleans para evitar uma futura inundacao, que vai eventualmente ocorrer se as obras nao forem feitas, nao estao acontecendo com a rapidez como deveriam.

Spike Lee acabou de estrear na HBO um otimo documentario sobre o assunto, When The Levees Broke
, do qual assisti um pedaco ontem e pretendo baixar assim que chegar em casa. Coloquei as fotos que tirei ontem no Flickr.

Gente como David Fountain, que mora no Ninth Ward e enfeitou sua casa inteira, ate o teto, com instrumentos musicais e manequins, montando a Katrina Band, tem o bom-humor e a ironia de que todos precisam pra colocar em pratica as tres palavras de ordem espalhadas em bandeirolas por toda a cidade, como se pode ver abaixo:

Triste, triste. Foda este lugar, ainda mais para amantes de lugares assombrados e cemiterios como eu.

Bom, eh isso. See ya in Rio.

sexta-feira, agosto 24, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN? - PARTE III

A primeira coisa que se pensa ao se chegar a New Orleans eh que o fato de nao haver mais noticias sobre o Furacao Katrina que quase destruiu a cidade ha dois anos significa que ela ja se reconstruiu em boa parte e que nao ha mais problemas. Basta um passeio por qualquer lugar daqui e uma conversa com qualquer morador pra saber que isso esta incrivelmente longe da realidade. A cidade ainda luta para reconstruir corpo e espirito perdidos em parte com a catastrofe. Nao ha como esquecer o fato, o nome "Katrina" esta nos jornais locais diariamente. E mesmo as partes nao afetadas diretamente pela inundacao, como o French Quarter e o Garden District, sofrem as consequencias.

Uma tour hoje de manha pelas regioes mais castigadas pela inundacao, principalmente o Lower Ninth Yard, faz perceber que uma area de centenas de milhares de casas ainda esta deserta, uma cidade-fantasma, onde mesmo bancos, Wal-Marts e e o comercio inteiro estao fechados, a espera ou de reconstrucao ou da volta de moradores, muitos ainda embananados com tramites legais de indenizacoes de companhias de seguro, embates com a FEMA e a Prefeitura e, infelizmente, um jogo de empurra violento das autoridades e engenheiros sobre a quem cabe a culpa pelo rompimento dos diques e a consequente inundacao. Ja se sabe que o Katrina nao foi tao violento assim e que New Orleans ate estava numa area relativamente segura do alcance do Furacao. O problema mesmo foi que os diques nao aguentaram a pressao do Lago Pontchartrain e arrebentaram ou vazaram.

Em meio a revolta de quem perdeu tudo ou viu pessoalmente ou pela TV cenas de tragedia e destruicao, eh admiravel o espirito de que a cidade se imbuiu para tentar trazer de volta a alegria ao berco do jazz, porta de entrada de boa parte dos frutos-do-mar no pais, um de seus principais portos e aquela que eh considerada uma das cidades mais liberais dos EUA. Falta muito ainda, pelo menos mais uns 8 anos, segundo previsoes. E com tanta discussao legal, o principal elemento necessario, ou seja, o dinheiro, esta dificil de ser liberado. Quanto a disposicao do Governo pra ajudar, todo mundo viu, ate nos no Brasil, como eles foram incapazes de fazer uma operacao decente de resgate e socorro e nao deram a minima para os desabrigados e vitimas, a maioria pobre e negra.

Sabe aquelas cidadezinhas no meio do nada, no Espirito Santo ou Bahia, aonde paulistas e cariocas vao passar o Carnaval? Chega a Quarta-Feira de Cinzas, menos de 1/6 das pessoas que passaram os 4 dias ali circulam pela rua, como se nao acreditassem que o Carnaval acabou e ainda estivessem tentando resgatar a libertinagem de outrora. Pois bem, eh exatamente assim que esta a noite na Bourbon Street, a famosa Bourbon Street, desde que cheguei. Quase patetico, um misto de Rua Augusta, com suas casas de show erotico, com Copacabana e as lojas de artigos e lembrancas turisticos. Barulhentas casas de show com musica ao vivo, a maioria de vazia a meia-boca, uma sombra do que deveria ser. Ta, esta nao eh exatamente uma estacao turistica, ainda mais com esse calor todo, mas nao deixa de se passar a impressao de que alguma centelha ainda precisa ser acesa por aqui.

New Orleans eh um lugar onde se pode beber na rua, ao contrario do resto dos EUA, onde sempre houve o espirito do hedonismo como principal propaganda da cidade, seja por sua extrema musicalidade, seja pelo lado mistico do vudu, seja pela libertinagem que aqui eh incitada. Chegou a ser o lugar onde os escravos eram melhor tratados em seculos passados, onde havia homens de cor livres e onde o racismo ocorria em menor escala. Isso mesmo sendo parte de uma regiao centro-sulista extremamente segregacional e agressiva. Levando-se tudo isso em consideracao, nao eh de se espantar que muita gente compare a tragedia do Katrina com uma desgraca divina a la Sodoma e Gomorra. Eh o mais perto que se pode chegar de uma associacao biblica.

A grande diferenca eh que as falhas aqui foram humanas e o poder de reconstrucao esta na mao de humanos. Sera que da?

Mais tarde eu volto, vou ali na casa da Anne Rice tomar um cafe com as Mayfair Witches.
QUEM MEXEU NO MEU CAJUN? - PARTE II

Dialogo mais cedo no Bastille Cafe, unico internet spot remanescente no French Quarter pos-Katrina:

Chacal: - Eh uma pena que este seja o unico lugar pra se acessar a Internet daqui, ja que fecha as 20h.
Dono: - Bom, havia outros, mas a maioria ou perdeu o que tinha depois da tempestade, ou teve que fechar por falta de movimento. Mas para a sua sorte, ha um Fedex Kinko's no Central Business District (CBD) que acabou de voltar a funcionar 24 horas.
C: - Justamente o que eu queria! Onde fica?
D: - Na esquina da St. Charles com a Julia St. Tem um onibus que passa na Magazine St., duas ruas abaixo, e o bonde passa na propria St. Charles, mas para de circular cedo.

23:20, apos tomar uma cerveja e desistir da turistada meia-boca que mal anima a Bourbon Street, pego o ultimo onibus para a esquina da Magazine com Julia. Fica a cerca de 8 quarteiroes da Canal St., que, por sua vez, fica a 9 quarteiroes do meu hotel e eh a rua que separa o French Quarter do CBD (o centro da cidade daqui).


Nas ruas, ninguem. Deserto. Vejo a Fedex Kinko's na esquina. Fechada. Mil desejos de morte passam pela minha cabeca. Volto a pe os 17 quarteiroes, parando apenas pra digitar estas linhas, de pe, num terminal Tabajara no Holiday Inn, do qual finjo ser um hospede.

FILHO DA PUTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!

Amanha eu prometo que escrevo por aqui.

quinta-feira, agosto 23, 2007

QUEM MEXEU NO MEU CAJUN?

Sittin' on a sack of beans
Sittin' down in New Orleans
You wouldn't believe what I've seen
Sitting on that sack of beans

Lunatics on pogo sticks
Another southern fried freak on a crucifix
Hicks don't mix with politics
People on the street just kickin' to the licks

Yes my favorite place to be
Is not a land called Honah Lee
Oh, mentally or physically
I wanna be in New Orleans

Eis-me na parte final de minha viagem, diretamente do French Quarter, sob um calor infernal de verao no Rio. Infelizmente nao ha internet 24h aqui por perto, dai eu nao ter escrito nada ontem. Como daqui a pouco tenho uma tour pelos cemiterios da cidade, emendada na Katrina Tour, volto mais tarde. Nada como ver os novos pontos turisticos.

A letra acima eh um trecho de uma de minhas musicas preferidas do "Blood Sugar Sex Magik", do RHCP, "Apache Rose Peacock", e desde que a ouvi pela primeira vez, eu quis vir a New Orleans. Estava pra vir em 11/2005, mas ai todos sabem o que aconteceu ha quase dois anos. Pena, o lugar eh lindo e convidativo, apesar da epoca atual de calor e umidade. Mais sobre NO depois.

Hoje a noite: Caindo na estrada, dirigir nos EUA, produtos e curiosidades americanas, Saratoga e Atlantic City.

Ate.

terça-feira, agosto 21, 2007

PIMPIN'

Bom, vou ficar devendo nas atualizacoes ate chegar quarta em New Orleans. Estou em Houston, a cidade onde ninguem anda na rua ou a pe e dando atencao pro meu camarada Kamache, nao rola de ficar nerdando aqui. Mas pelo menos da pra postar algumas atividades em que venho fazendo incursoes, como esta aqui:



Ate la.

domingo, agosto 19, 2007

ALGO ERRADO

O inferno astral nao deveria terminar no dia do nosso aniversario? Hmmm, acho que me pregaram uma peca. Senao vejamos:
1 - O Rock The Bells ontem foi maravilhoso, mas termos ficado expostos ao vento frio da Baia de San Francisco enganou todo mundo quanto a continua exposicao ao sol e o inevitavel resultado: todo mundo vermelho e torrado. Acordei hoje como um camarao assado e doido;

2 - O valet park do hotel, que eu achava poder facilitar a minha vida, complicou: atrasou meia hora na devolucao do meu carro e acabei chegando tarde demais pro check-in. Ou seja, perdi o voo, so saio de SF as 3 da tarde e, com conexao em Denver, so encontro com o Kamache a meia-noite em Houston. So much for a nice birthday dinner.

3 - O Kamache disse que uma tempestade se aproxima da America Central a todo vapor. Daqui a uma semana faz dois anos que o Katrina arrasou New Orleans. Dependendo das coisas, vou ter que fugir junto com ele e a esposa. Nao sei como sera o desfecho de minhas ferias.

Fora isso, tudo bem, Murphy, fuck you very much.
VERSAO 3.5

O tempo eh uma coisa estranha. Nesta semana, estava numa deli qualquer de Los Angeles comprando um sanduiche e refrigerante para levar e rolou quase um deja vu de cerca de um ano atras. Lembrei-me perfeitamente, naquele instante, de quando estava em Dublin, na minha viagem de 2006, no ultimo fim-de-semana, e resolvi fazer um piquenique no St. Stephen's Green. Mas nao foi uma simples lembranca. Veio a minha mente uma imagem perfeita minha sentado na grama, abrindo o saquinho de batatas-fritas, bebendo um Dr. Pepper e cortando um pedaco de brie para colocar na torrada. Ao fundo, familias passeavam no parque ensolarado, apesar do vento frio. Com a imagem vieram o cheiro do brie fresco, o frio do vento cortante, o burburinho das criancas e casais na grama e circulando. Foi assim, uma lembranca perfeita. E parecia que so havia se passado cinco minutos daquele domingo do comeco de setembro.

Sera que eh assim que o tempo parece depois de certa idade? Sera que a incapacidade de se absorver muita coisa nova por sobrecarga de informacoes faz com que os dias se parecam iguais e, logo, uma serie de 30 dias parece um so? Porque, pela primeira vez, nao so mal pareceu que um ano se passou, como esta eh a primeira viagem em que me encontro onde 24 horas parecem mesmo 24 horas, e nao 36. Ta, eu ja conhecia varios dos lugares aonde vim, nao havia muito para se ver e vim mesmo em funcao dos shows. Mas a iminencia da meia-idade me faz ter esses devaneios mesmo, eh normal.

Hoje completo mais um ano de existencia e continuo nao me encaixando naquela imagem que eu imaginei que teria no ano 2000, quando tinha apenas 10 anos: gordo, careca, casado, com 3 filhos. Mas ate um genio como Kubrick imaginou que estariamos no espaco em 2001, nao?

Hoje: Houston. We don't have a problem.

sábado, agosto 18, 2007

ENCOSTOU, CONTRAIU, RELAXOU... AI, QUE SUSTO!

Foi basicamente assim que meu dia de ontem quase inteiro se passou. A malvadeza de Murphy em fazer o dolar comecar a subir enquanto gasto horrores foi desnecessaria. Contatos com o banco e administradora de cartao, frequentes checagens nos jornais e saques descontrolados em ATM's. Vamos ver como as coisas rolam nos proximos dias, mas que foi um puta susto, foi sim. Mas nada que me iniba de ter ido a Amoeba Records assim que cheguei aqui em San Fran e comprado mais.

Los Angeles na quarta-feira nao prometia muita coisa. A temperatura mais amena, mas ainda quente, nao favorecia os passeios a pe e eu nao estava muito a fim de encarar uma praia. O jeito foi passear novamente pelo Hollywood Blvd., no trecho turistico, conhecer o Kodak Threatre, que estava em construcao da primeira vez em que estive aqui, desviar de pedintes e de maes que me perguntavam "voce viu alguma estrela na calcada de alguma atriz recente, que minha filha de 13 anos possa reconhecer?" Vontade de responder "minha senhora, vi as da Britney e da Lindsay Lohan, ali, pertinho da sarjeta mais nojenta". Com o Museu da Morte fechado temporariamente, nao sobrou muita coisa de interesse.

O show das Gore Gore Girls na filial angelena da Amoeba foi mais ou menos. Som de garagem honesto, mas nada de especial. Tinha marcado com o Radich, um amigo de adolescencia que morava la ha anos, e acabamos dando um pulo em North Hollywood, perto da casa dele, pra tomar um cafe no Starbucks e falar da vida. E eu fiquei quase convencido a comprar um Mac e comecar a mexer com musica, mixagens e discotecagens pra valer. E foi algo que acabei realmente decidindo mais tarde, ao ver o show do Z-Trip no House Of Blues. Mas isso eu so vou falar com calma amanha. Preciso acordar cedo, as 11 e pouco (3 e pouco no Rio) ja tem show no Rock The Bells.

Fiquem com o Detroit Cobras encerrando o show do Troubadour de ontem com minha musica favorita:


sexta-feira, agosto 17, 2007

INTERLUDIO

Saindo de LA e pegando a estrada para San Francisco, como amanha tem Rock The Bells ja cedo e nada de bom hoje, devo postar varias coisas atrasadas e recentes aqui mais tarde. Aguardem.

See ya soon.

quarta-feira, agosto 15, 2007

DEIXA DE SER PELA E BAIXA LOGO

Pela eh o nome da banda. O album eh "Anytown Graffitti". Fizeram um show memoravel ontem no Spaceland, clubezinho hype de Silverlake. Eclipsaram a banda principal, Film School, legal tambem, mas so. Claro, precisam de um produtor melhor, menos presepadas do vocalista (o pessoal do ...Trail Of Dead ja cobriu tudo nesse aspecto) no palco, embora a musica seja honesta e despretensiosa, e ainda estao um pouco verdes, mas prometem e muito. As musicas sao pegajosas e empolgantes, um misto de Pixies, Editors e ainda resquicios do pos-punk do Brooklyn (de onde eles vem), mas eh um otimo comeco. Poderoso album. Oucam "Drop Me Off" e julguem voces mesmos. Ah, gravei um pedaco do show:



Ate mais tarde. Por enquanto eh so.

terça-feira, agosto 14, 2007

CALIFORMIGATION

Meus bracos estao dormentes. Ta, estavam quando entrei naquele voo Chicago - L.A. hoje de manha. Dormentes de carregar duas malas pesadissimas (era so uma quando sai do Rio) e uma mochila comprada ontem para levar as mais de 20 revistas ja adquiridas. Papel pesa. Pena. A corrida em meio a chuva que castigou Chicago de manha cedinho nao adiantou: perdi o aviao. O gentil atendente conseguiu me colocar num voo direto (!!!) pra ca, enquanto o primeiro faria conexao em Phoenix. Arizona nunca mais. Valeu, Murphy, nem te xingar eu posso. Mas, apesar de ter apelido de terrorista, terei eu tambem cara de um? Porque eh a terceira viagem seguida em que sou selecionado para um "special screening". Nao, detratores, nada de "full cavity search".

Digito estas linhas de um cafe na Melrose Ave. Que decadencia, longe da Meca da moda alternativa que conheci em 2001. Algumas lojinhas trendy, outras "engana-turista" e todas vazias, vazias. Parece que o centro indie agora esta na remota Silverlake, aonde vou daqui a pouco, no Spaceland, conferir os shows do Film School e do Pela. Amanha tem Gore Gore Girls de graca na Amoeba Music e festa do DJ Z-Trip e do Aceyalone e a galera da Quannum no House Of Blues. Quinta tem o Detroit Cobras no Troubadour. So fervecao. E compras, claro.

Mais tarde, se eu achar um internet cafe 24 horas barato (a Kinko's eh muito cara e o dolar esta subindo, para meu desespero), continuo a postar aqui, com o comeco da narrativa das aventuras na estrada. O domingo do Rock The Bells eu vou obliterar, ok? Perdi as fotos e videos e verei de novo no sabado, faco uma resenha digna. Basta dizer que nunca me imaginei andando na 125th St. , em pleno Harlem, a meia-noite de domingo.

domingo, agosto 12, 2007

ILLINOISE

O titulo nao tem absolutamente nada a ver com o album insuportavelmente chato do proto-mala Sufjan Stevens, mas eh perfeito para se descrever o burburinho que surge no Estado tao logo se comece a falar de sua cidade mais ilustre, onde me encontro ao digitar estas linhas. Chicago, terra dos Smashing Pumpkins e dos Irmaos Cara-de-Pau, do Clube dos Cinco e de Ferris Bueller, onde Al Capone, John Dillinger e John Wayne Gacy (Pogo) fizeram suas estripulias, cidade da Sears Tower e das maravilhas arquitetonicas de Frank Lloyd Wright, do trem elevado (The El) e onde foram inventados, entre outros, a cerveja em lata, os Twinkies, o "foot-long" hot-dog e a pizza de massa grossa.

Pensa que eh pouco? No comeco do seculo, Chicago brigava com NY pelo titulo de maior metropole dos EUA, mas perdeu pela fama da outra, dai levar o apelido de "Second City" ou, menos pejorativamente, "Windy City", nao pelos ventos, mas pela galera que vivia reclamando que Chicago era a melhor metropole, chamados de "boosters". Infelizmente, durante a Lei Seca, a atividade dos gangsters queimou o filme daqui, sempre citada como um antro de criminalidade. Isso sem contar que eh terra de serial killers famosos como Gacy, Leopold e Loeb (que inspiraram "Festim Diabolico", de Hitchcock) e Richard Speck, alem de outros menos notorios. Mas nao deixa de ser um lugar impressionante, principalmente para estudantes e admiradores de Arquitetura e amantes do bizarro. Encaixo-me nas duas categorias.

Ontem, depois do show do 311 no Charter One Pavillion, perto do campus dos museus, a volta pela orla do Rio Michigan e a vista do skyline do centro de Chicago, o famoso "Loop", era de tirar o folego, ainda mais com as luzes. Nenhuma foto poderia traduzi-la, ainda mais da minha camera mixuruca. Hoje ja rolou passeio no Oak Park para contemplar as obras do Frank L. Wright, pulo no teatro onde John Dillinger foi encurralado e morto pela policia e no palco do famoso massacre do St. Valentine's Day, alegadamente cometido a mando de Capone. Amanha tem passeio pelo Loop, visita ao Field Museum, ao Chicago Historical Society e ao Museu da Policia, onde ha mais bizarrices e, se sobrar tempo, conferida no Murder Castle, no local do Crime da Salsicha, na casa de Al Capone, na Hull House, onde teria sido criado o bebe-demonio que inspirou o "Bebe de Rosemary" e na Robie House de Wright. Infelizmente a casa onde Gacy morava e enterrou os corpos de suas vitimas, ou melhor, o lugar onde outra casa esta agora, fica muito longe, nao da pra ir sem perder uma tarde. Fica pra proxima.

CURTAS E GROSSAS:

1 - Ja entraram em algum lugar e tiveram vontade de comprar tudo? Claro, para qualquer consumista, os EUA sao um sonho (ou pesadelo), principalmente quem gosta de coisas estilosas, trendy e fashionable. Mas acho que nenhuma loja que vi ate hoje se iguala a livraria indie-alternativa (perdoem o cliche) Quimbys. Eu juro, se pudesse, levaria inteira. Dona da melhor colecao de livros, revistas, quadrinhos, zines (!!!!) e pequenos brinquedos da contracultura que eu ja vi, merece uma visita. Claro, ela vende online, mas neste caso, eh melhor consultar o acervo e procurar lugares mais baratos. Inacreditavel.

2 - Estreou na semana retrasada aqui a serie "The Two Coreys". Para quem tem mais de 30, deve se lembrar dos mascotes do chamado "brat pack", os atores Corey Haim e Corey Feldman, que estrelaram varios classicos jovens dos anos 80, como "Gremlins", "The Goonies", "Conta Comigo", "Os Garotos Perdidos" (onde comecou a parceria de ambos), "Sem Licenca pra Dirigir", entre outros. Ambos comeram todas as menininhas possiveis nessa epoca, sendo que Feldman era sempre o estilo "bad boy", enquanto Haim era o bom rapaz. Como as coisas mudaram, ja que Haim foi quem caiu mais pesado nas drogas, de ambos, e pelas fotos da serie, parece que tem 55 anos.

Aparentemente, o enredo resume-se a ambos tentando reviver sua fama de antigamente. Feldman ja havia participado de um reality show, "The Surreal Life", onde conheceu e se casou com Susie, que tambem trabalha na serie nova. Eu juro, preciso conferir essa perola assim que chegar no Brasil, mesmo que por uma curiosidade morbida. E quem me conhece sabe que curiosidade morbida eh o que nao falta em mim.

3 - The Hello Experiment - Colocaram varios artistas juntos e mostraram a eles o video de "Hello", do Lionel Richie. Em seguida, eles foram instruidos a esculpir em barro, com os olhos vendados, um busto do cantor. So vendo para acreditar.

4 - Delicia do dia: Sorvete de cafe com amendoas torradas. E salgadas. Indescritivel. So lembrando que aqui esta sol e calor.

Ate mais.

sexta-feira, agosto 10, 2007

INTERLUDIO

Mais um show dos Beastie Boys, agora na McCarren Park Pool, no Brooklyn, um show esgotado do The Cribs no Bowery Ballroom em que nao consegui entrar e o prenuncio de meu ultimo dia completo em NYC. O tornado de ontem que atrapalhou minhas compras de manha, alagou tudo e parou ate o metro (eu nao vi, so acordei levemente com trovoes e apaguei de novo) foi um agravante desnecessario, a noitada de ontem com o Melvin e o Lins no Beauty Bar, que me fez acordar as 11 hoje, foi um agravante necessario.

Isso eh so pra dizer que talvez eu so venha a atualizar isto aqui novamente no sabado, ja de Chicago. Com resenhas de todos os shows atrasados, links de videos no YouTube e fotos no Yahoo e Flickr. Amanha eh dia de compras, Coney Island (com o Freak Circus Sideshow) e show instrumental dos Beasties, de terno e gravata. Classe.

ERRATA:

1 - A K-ROCK de NYC nao tem nada a ver com a KROQ de L.A., sao duas radios diferentes;

2 - A McCarren Park Pool nao fecha cedo porque ha uma lei local, mas sim porque ainda tem o material e a acustica de quando funcionava como piscina, ate o comeco dos anos 80. Dai reverberar por boa parte do Brooklyn e incomodar a vizinhanca;

3 - A musica tocada pelo Muse de que tive duvida foi Hoodoo.

terça-feira, agosto 07, 2007

FUCK YOU, DELILAH

Well, well, well, finalmente de volta a NY e ja sofrendo os efeitos da maratona de shows do finde emendada com o show do Muse ontem no Madison Square Garden. Eis-me aqui em New Jersey, na loja mais recente do Mr. Kim. Para quem nao sabe, Yong-Man Kim eh o dono da famosa e famigerada loja alternativa de DVD's e videos raros Mondo Kim's, um dos tesouros underground do West Village (tambem tem uma menor no East). A loja aqui de Newport eh bem arrumadinha, ao contrario das sujas instalacoes da St. Marks Place, mas tem as mesmas promocoes imperdiveis e, de lambuja, otimos terminais pra internet.

Calma, calma, passei um tempo sem escrever porque em Baltimore nao havia conexao. Mais sobre o Virgin vira em breve, aguardem so pra ver. Por enquanto, deixem-me apenas expressar meus 5 minutos de mau humor, para nao perder o costume, que se resumem basicamente no titulo deste texto, uma referencia a uma das musicas-chiclete que vem tocando o dia inteiro nas radios rock por aqui (em TODAS as cidades), pelo que pude ouvir enquanto dirigia por 1120 milhas de uma semana pra ca. Ei-las:

1 - Plain White T's - Hey There Delilah- O autor desta musica deve ter uns 23 anos e a compos quando tinha 17 , dedicando estas letras acucaradas pro seu objeto de desejo na high school que o largou pra vir a NY. Violaozinho cliche, observacoes de que um dia vai ganhar dinheiro com musica, bla bla bla. Tipica musica que as meninas acham fofa, eu acho apenas insuportavel:



2 - Finger Eleven - Paralyzer - Aqui a coisa eh diferente. Banda meio nu-metal, mas com uma musica incrivelmente chiclete, ritmo dancante e vocal grudento. Tem tudo pra ser hit das pistas rock:



Antes de tudo, gostaria de deixar bem claro que isto aqui eh um blog ao estilo diario mesmo. Nao ha qualquer pretensao ou obrigacao jornalistica ou informativa a nao ser aquilo que eu acho legal e sinto necessidade de passar adiante. Nao esperem senso critico de mim, apenas opiniao de fa. Isso, claro, dentro do minimo de coerencia. Assim, quando eu disser que White Stripes e CSS sao duas merdas sem tamanho, para mim isso eh a verdade absoluta, mas sempre ouca para ter certeza. Claro, se voces leem isso aqui, eh porque tambem, espero eu, possuem um certo bom senso.

Dito isso, de volta entao ao show do Muse. Ja cansei de dizer neste humilde blog (de um dono nem um pouco humilde) que o Muse nao entra sequer no Top 20 de minhas bandas favoritas, mas que ao vivo, apresenta o melhor show do mundo. Continua sendo verdade e ontem nao foi diferente, ainda que tenha sido o piorzinho dos 4 shows deles a que ja assisti.

Piorzinho nao pela qualidade, pela tecnica ou pelo set-list, mas sim por ser em solo americano e por eu te-lo assistido de uma distancia que equivale a NY-Putaqueopariu. Nao tem muita graca. E o som provou estar mal-equalizado para um estadio daquele tamanho, assim como ja se notava no show do Cold War Kids. Com esse primario obstaculo, eu nem teria como avaliar com justica a apresentacao da banda californiana, ja que pra mim foi sem sal. Distante, literal e figurativamente. Hang Me Out To Sleep. Foi mal... mas ao menos eles pareceram ter se esforcado.

Americano eh aquela coisa pseudo-blase, ne? Eles na verdade nao dao a minima por demonstrar empolgacao em shows, sao uma plateia que aplaude e grita efusivamente ao final de cada musica, mas danca e se mexe muito pouco no decorrer delas. A nao ser adolescentes em mosh pits, obvio. E isso aconteceu na maioria dos shows a que assisti. Aquela sensacao que temos de que nenhum deles conhece a banda que toca e que esta ali somente porque eh um show e eles tem dinheiro pro ingresso eh constante e incomoda. Pior, a nocao de que muitos deles em melhor lugar e posicao do que voce nao mereciam estar ali, enquanto o verdadeiro fa esta mal-posicionado, incentiva o odio e vontade de esmagar.

O Muse conseguiu quebrar o gelo que separa as bandas inglesas bem-sucedidas na Europa do mercado americano com a Curiosa Tour, em 2005, em que tocou ao lado de The Cure e Interpol, entre outros. Ganhando terreno e mais credibilidade (a gravadora americana havia ate sugerido a Matt que parasse de cantar em falsete, o que gerou ruptura), foi possivel comecar a lotar shows e vender albuns, o que se intensificou com o lancamento de "Black Holes And Revelations" e este show cheio (mas nao lotado) no Garden.

De tarde, voltando de Baltimore e da Philadelphia (onde constatei que minhas fotos de sabado a quarta passados realmente foram pro espaco), estava ouvindo a KROQ NYC, filial da famosa radio rock angelena, quando os rapazes da banda apareceram como convidados do programa Hostile Take-Over, em que escolhiam as musicas a serem tocadas. O que se seguiu foi um namecheck de todas as bandas de alt-rock dos anos 90 que embalaram a adolescencia e idade tenra dos jovens brasileiros e... americanos. RHCP, Soundgarden, Faith No More, Green Day, White Zombie, Nine Inch Nails, Filter, RATM... enfim, demonstrando claramente o motivo de o Muse nao soar como uma banda inglesa. Nada de britpop ai nessa escolha. Seria redundante (e perigoso) ter escolhido uma do "The Bends", do Radiohead, eh claro, eterno motivo de comparacao com o Muse. Sobrou tambem espaco para algumas bandas dos anos 2000, como Eagles Of Death Metal e a otima dupla Shy Child, que faz com teclados e bateria o que o DFA 1979 faz com baixo. Ouca "Noise Won't Stop" e comprove.

Desnecessario seria descrever o desenrolar do show, que abriu com o western extravaganza de "Knights Of Cydonia" e fechou com a quietude de "Take A Bow". Eh quase como revelar truques de magica, uma vez que acabou nao sendo muito diferente do que eu assisti no ano passado e, comparativamente, em 2002 e 2004, inclusive com os mesmos cliches (certas guitarras para determinadas musicas, jams ao final de Stockholm Syndrome e Map Of The Problematique, paineis visuais similares, Matt jogando flores em Feeling Good, as bolas gigantes jogadas na plateia, etc.). Mas sao exatamente estes cliches que ganham o publico, seja pela demonstracao descarada de virtuosismo musical de Matt Bellamy, os refroes e temas grandiosos, a alternancia entre cancoes singelas ao piano com riffs de metal classico, seja pela maneira asseptica como as musicas sao apresentadas, sem qualquer erro, sem desafino, praticamente sem improviso.

Se houve falhas? Sim, houve. Falhas tecnicas no som baixo, principalmente a bateria, o que foi bem audivel (ou mal-audivel) em faixas como "Supermassive Black Hole". Matt chegou a dizer que nao estava como queriam, mas seguiriam assim mesmo. O set-list tambem concentrou a maioria das musicas do album novo e varias do "Absolution". Como pecado imperdoavel, deixaram "Bliss" e "Muscle Museum" de fora. Em compensacao, acho que foi a primeira vez que vi "Sunburn" sendo tocada ao piano, como na versao original, e nao na guitarra.

No final, acredito eu, todos bastante satisfeitos.

Um show do Muse eh um workshop de "como se fazer um show de rock". E eh exatamente para isso que eu pago o que for pra ve-los ao vivo. Viram, indie boys, eh assim que se faz.

SET-LIST

Knights Of Cydonia
Map Of The Problematique
Hysteria
Supermassive Black Hole
City Of Delusion
Butterflies And Hurricanes
Falling Away With You (eu acho)
Apocalypse Please
Feeling Good
Sunburn
Invincible
Starlight
Time Is Running Out
New Born
Plug-In Baby

BIS:

A Soldier's Poem
Unintended
Stockholm Syndrome
Take A Bow

Pra encerrar este post, um video do show que roubou o Virgin Festival, surpreendentemente. Foi mal, galera do rock:

sábado, agosto 04, 2007

VIRGIN AWAITS ME

Adoraria escrever mil coisas agora, mas vou ter que deixar para segunda ou terca-feira. Amanha comeca a maratona de shows em Baltimore, com o Fountains Of Wayne ja ao meio-dia. Acabei de chegar no albergue e acordar todo mundo no quarto com as sacolas de Cd's (a maioria de 1 dolar cada) que comprei as dezenas, preciso colocar este velho corpo em descanso por pelo menos 6 horas para pegar a estrada de manha. Nota mental: voltar a Washington e passar ao menos 5 dias aqui. So deu tempo de conferir dois museus dos mais de 10 da cidade, o International Spy Museum e o National Air And Space Museum. Experiencias relatadas mais tarde, mas ate os sapatos da Dorothy (Judy Garland) eu vi. E tirei foto ao lado do C-3PO e do R2-D2, originais do Retorno de Jedi. Emocao.

Washington nao gosta muito de turistas, principalmente os motorizados. Sao ameacas de multa e reboque a cada esquina. Rodei uma hora para conseguir estacionar e nem sei se ele estara la amanha quando voltar. Da mesma forma, o fato de sediar o Governo Federal faz com que o movimento anti-Bush continue bombando. Hoje comprei o tal livro de que falei ontem e ainda um chaveiro-relogio que marca o tempo que resta para Bush sair da Casa Branca. Ate a Urban Outfitters, rede moderninha de roupas e acessorios, entrou na onda e tem varios livros sacaneando o presidente imbecil. Ninguem aguenta mais.

Bom, eh isso, vou la. Semana que vem, no comecinho, ja de NYC, tem muito, mas muito mais.

sexta-feira, agosto 03, 2007

DC IS A MARVEL

Eh, eu sei, nao era pra estar falando de Washington agora, pulando 3 dias de relatos. Mas consegui fazer cagada logo no comeco da viagem. Entao, ontem, durante passeio vespertino em Philadelphia, entrei numa Fedex Kinko's pra acessar a net e limpar o conteudo acumulado da minha camera e consegui esquecer de transferir TODAS as fotos e videos ate entao tirados para o pendrive. Resultado: nao tenho nada para postar com as resenhas dos shows. Como pretendo passar por Philly na volta para NY, segunda, ja mandei e-mail para o pessoal de la nao apagar as pastas salvas no HD. Na pior das hipoteses, sao shows a que assistirei de novo, sempre posso refazer. Mas eh um saco dar bobeira pra Murphy assim. A gente se preocupa com as coisas mais importantes, como nao perder voos e reserva de hoteis e se esquece das banais.

Um novo par de pernas eh exatamente do que preciso para amanha. Na ansia de conhecer o impossivel em apenas dois dias (incompletos), andei uma fenomenal distancia hoje para cobrir a Casa Branca, Lincoln Memorial e espelho d'agua (Run, Forrest, Run!!!!), Obelisco, Watergate Hotel, Cemiterio de Arlington (tumulos dos Kennedys e memorial de Iwo Jima) e Pentagono, com final de noite no bairro simpatico e animado de Dupont Circle, onde um Long Island Ice Tea vitaminado (cuervo, bombay, absolut, bacardi, cointreau, sour mix e cola) apos o jantar me deixou "empolgado" para postar aqui. E nem notei o perigo ao andar quatro quadras num bairro barra-pesada. Sempre me meto nessas furadas.

Os EUA vivem a euforia de falar mal de seu presidente. Sao camisetas com a data 20/01/2009, ultimo dia do mandato de Bush, um livro com frases imbecis ditas por ele que virou best-seller e todos os artistas acabando com sua raca, desde Tom Morello na segunda-feira ate o Bill Maher num hilario show que vi ontem no hotel. Nao eh pra menos. Precisa dizer? O que a maioria do mundo parece se esquecer ao falar mal dos americanos (brasileiros ai incluidos) eh que pelo menos metade deles, se nao mais, atualmente, quer aquele desgracado fora dali. Quem elegeu e reelegeu Bush foi uma parte composta de artistas conservadores ao extremo (minoria), rednecks e aqueles americanos comuns, com valores "familiares" e avidos por guerra e pela imposicao do patriotismo americano. Um pessoal que quase nada produz, so consome e gasta CO2. A maioria das cabecas pensantes do pais, gente que faz, que transformou a America em potencia mundial, que traz o progresso e a tecnologia de dentro e exporta para o mundo eh Anti-Bush.

A gorda que enrolou uma pizza grande no metro hoje e enfiou tudo na boca, como se fosse um alien do "V: A Batalha Final" comendo um rato? Eleitora de Bush.

O cara que chamou de "bitch" a vendedora de artigos religiosos, porque ela o criticou no meio de todo mundo? Anti-Bush.

Meninas que se depilam la embaixo? Anti-bush. (Ta, piada pessima)

Mas da pra perceber. Nao tenho nem nunca tive nada contra americanos e adoro este pais. Jamais moraria aqui, mais pela repressao do que qualquer coisa. Ainda prefiro a liberdade e liberalidade brasileiras. E parece que estou doido para perder a minha. Afinal, so hoje consegui tirar foto do pentagono ao lado da placa de "proibido fotografar", ajeitar o cabelo na parede semi-espelhada com o nome dos mortos no Vietnam, no Memorial de Guerra, fazer filminho da troca de guarda no Tumulo do Soldado Desconhecido zoando o oficial que desfilava, cantar uma menina de 17 anos e furar sinal vermelho. Proximo passo: Guantanamo.

Depois de amanha comeca o Virgin Festival, em Baltimore, a uma hora daqui, terra de John Waters e Edgar Allan Poe. Pode ser que minhas resenhas nao saiam exatamente aqui, vamos ver. Amanha, se tudo der certo, tentarei assistir a versao musical de Reefer Madness, aquele falso documentario classico sobre os "perigos" da maconha, criado por religiosos americanos nos anos 30. Parece ser hilario. O musical ja teve, entre suas atrizes, a Neve Campbell e a Kristen Bell. Para quem nao a conhece, eh a Veronica Mars, meu sonho de consumo. A personagem, claro, nao a atriz. Nada contra a linda baixinha, mas eu jamais namoraria uma vegan. Quero alguem que se regozije com um filet mignon sanguinolento junto comigo.

Falando em Veronica Mars, eh curioso como a maioria das series de que gosto, em meio a centenas de outras, acabm sendo canceladas. A propria menina da Neptune High School recebeu o machado, apos um final meia-boca e sem explicacoes da terceira temporada, Parker Lewis nunca durou muito, quando eu era jovem, Drive nem chegou ao quinto episodio e Jericho tambem foi cancelada. Felizmente, neste ultimo caso, apos um abaixo-assinado e o envio por fas de 20 toneladas (!!!!) de amendoins para a rede CBS (devido a uma frase-chave do falecido avo de Jake Green, "Peanuts!"), eles voltaram atras.

Bom, ja eh tarde aqui, vou dormir. Fiquem aqui com o inicio do maravilhoso show de ontem:

quinta-feira, agosto 02, 2007

OBRIGADO, SENHOR!!!

Finalmente, eu vi um show dos Beastie Boys como deve ser, com banda completa, qualidade de som e empatia da plateia de acordo com a "foditude" da banda. UMA HORA E QUARENTA DE SHOW!!!! \o/

Mais depois. Daqui do albergue em Washington D.C. nao da pra postar fotos. Vou dar um pulo ali na Casa Branca e ja volto.

Set-list:

Tough Guy
Remote Control
Live At P.J.'s
Super Disco Breakin'
Sure Shot
Brass Monkey
Triple Trouble
Shake Your Rump
Time For Livin'
Gratitude
Off The Grid
Sabrosa
Body Movin'
The Biz Vs. The Nuge
Pass The Mic
Paul Revere
Root Down
B For My Name
Transitions
Egg Raid On Mojo
The Maestro
Posse In Effect
No Sleep Till Brooklyn
3 MC's & 1 DJ
Ch-Ch-Check It Out
So What'cha Want

BIS:
(Mixmaster Mike turntablism)
Intergalactic
Heart Attack Man
Sabotage

segunda-feira, julho 30, 2007

YOU CAN STAY UNDER MY UMBRELLA

Ah, Rihanna, que falta voce me fez no domingo...

Ordem na casa. Motores a pleno vapor, direto de Philadelphia, berco da independencia americana, terra dos quakers (os mesmos da aveia, isso ai), na iminencia do show dos Beastie Boys no Festival Pier, isso depois de ter visto dois shows do 311 nas ultimas noites. Olha... bom, deixa pra mais tarde, o tempo urge.

Mais de 96 horas passadas e minhas condicoes fisicas ja estao deploraveis. Depois de um sabado inteiro batendo perna, sozinho e com a Jo, e consumindo desenfreadamente em lojas, cheguei ao hotel andando feito um cowboy. Motivo: patetico dizer isso, mas fiquei assado. Foi tanto talco que tive que colocar entre as pernas para poder sair que se alguma solicita incauta resolvesse cair de boca, sairia com a cara da Bozolina. Mas e la fomos nos a McCarren Park Pool, no Brooklyn ver o Sonic Youth, na serie de concertos Don't Look Back, que leva diversas bandas a revisitarem os seus breakthrough albuns (O Girls Against Boys, por exemplo, toca o Venus Luxure No. 1 Baby, que eu considero longe de ser o verdadeiro breaktrough). Neste sabado, pudemos presenciar o Daydream Nation em sequencia.

Assistir a uma banda tocar em casa, aquela banda de garagem que voce conheceu quando jovem, ou mesmo nem tinha idade para isso, mas cansou de ouvir os mais velhos dizendo "ah, eu os vi uma vez num quartinho tocando para 20 pessoas", isso levando-se em consideracao que a tal banda foi fundamental na criacao de toda uma cultura (indie) que reverberou pelo mundo inteiro, eh uma sensacao que poucos podem descrever. E quando a tal banda tambem se sente tao a vontade tocando em casa, da mesma forma, eh como se fosse uma reuniao familiar. No caso do Sonic Youth, com os filhos barulhentos, suas guitarras, como atracao principal. Isso porque a Coco, filha do Thurston e da Kim, ja com 13 anos, hoje tem ate banda e participou do video do Dinosaur Jr. com o pai coruja, que ate a reunioes de colegio vai frequentemente.

O que foi sugerido em Sister consolidou-se de fato no Daydream Nation, que fez a ponte perfeita entre o post-punk e o rock avant-garde, onde a virulencia do punk caminhava ao lado de experimentacoes tipicas do jazz e do progressivo. Fazendo do barulho da microfonia e da dissonancia suas armas, a banda viria a influenciar os estilos mais dispares possiveis, do rock alternativo do inicio dos anos 90 ate o post-rock de bandas como Mogwai e Tortoise. Mas chega de elucubracao.

Quase perdi o show, chegando no local no exato momento em que os primeiros acordes de "Teenage Riot" soavam no ar. Perfeito, afinal, nao poderia haver atrasos grandes, ja que eh lei local nenhum site de show publico poder operar apos as 22h. O album foi tocado na sequencia, conforme anunciado. E minha impressao foi bem melhor do que ouvir o album em estudio.

O que mais chama a atencao eh como a banda envelheceu pouco nestes quase 20 anos do lancamento do album (de 1988). Nao, nao me refiro a aparencia fisica, mas a tecnica e, especialmente aqui, a empolgacao da banda em resgatar sons daquela epoca, como se tivessem acabado de ensaiar as musicas. E eh notavel como foram ensaiadas nos minimos detalhes. Nao saberia dizer porque achei o show melhor do que o album, talvez porque o Sonic Youth eh o tipo da banda pra se ver ao vivo, como todas as que abusam da virtuosidade. E desta vez foram impecaveis.

Seja balancando a cabeca como um jovem punk, dedilhando sua guitarra em "Candle" ou empunhando uma baqueta para arrancar distorcoes em "Eric's Trip", Thurston parecia bem a vontade. Isso ao lado de Steve Shelley moendo a batera (copyright by Daileon), no ritmo de "Silver Rocket", Kim Gordon alternando a pose vixen sensual com a menininha meiga de vestidinho listrado, Lee Ranaldo... bom, Lee nao se mexia.

A banda chegou a afirmar, ao voltar para o bis (Thurston, com um salto tipico de frat boy bebado) e mandar varias musicas, basicamente do ultimo album, o otimo "Rather Ripped", comecando com "Incinerate", que tocaria a noite inteira, nao fosse a proibicao legal. Malditas leis. Mas valeu a noite. Imagino a pequena Coco assistindo ao lado do palco, pulando feliz e gritando para quem quisesse ouvir: "Meus pais nao sao o maximo?"

Sao sim, Coco, sao sim.

Ainda encontrei com o Melvin na saida, com os amigos. Apos um jantar no italiano, dirigimo-nos ao encontro de amigas no Joshua Tree bar, de onde saimos as 4 da manha quase cantando " I still Haven't Found What I'm Looking For".

Bom, depois falo sobre os ultimos dois dias. Acompanhe o Melvin no seu blog (link ai ao lado) dando mais noticias de NYC e quando eu estiver menos frenetico, volto.

Dica: Gosta de Sonic Youth? Ja ouviu o Battles, banda nova do John Stanier, do Helmet? Seu tempo tocando com o Tomahawk, ao lado de Mike Patton, deve te-lo deixado perturbado. Ao lado de, entre outros, o multi-instrumentista Tyondai Braxton, o Battles faz um som altamente experimental e viajante, mas nao por isso menos ritmico e incrivel. Abusando do jazz-fusion e ate mesmo do prog e eletronico, o album perfeito pra se ouvir doido, seja de drogas ou outras substancias. Ouca "Atlas", uma musica que soa como se os smurfs fossem robos passeando na floresta com muito LSD na ideia. Sensacional. Eh serio, baixe agora.

Enquanto isso, da uma olhada aqui embaixo no motivo pelo qual esta eh a viagem da minha vida:

sábado, julho 28, 2007

ST. MARKS PLACE, NY, 10:35 A.M.

Sinto cheiro de algo estranho. E nem eh o cachorro cagando na calcada a minha frente, enquanto o dono abaixa-se para recolher a sujeira, pagando cofrinho pros transeuntes da Third Ave. Explico: pela primeira vez em viagens internacionais, com o agravante de existir o tal caos aereo, nao so meu voo saiu de Sampa com apenas 20 minutos de atraso como nao havia bebes a bordo! Nada de choros madrugada afora, nada de vontade de apertar um travesseiro contra a cabeca deles, e um pouco mais de sono do que de costume.

Para piorar a sensacao de mau pressagio, uma Nova York quente e umida, como eu gosto, chegada no hotel em tempo habil, a manha inteira (cheguei as 7h) para passear calmamente, ja que a cidade dorme ate tarde no sabado, e as primeiras compras de CD e DVD em liquidacao. Bom, calmamente, em termos, ja que um mano do hip-hop ja veio me pedir esmola e uma coroa me chamou de gatinho. Nao eh possivel, acho que vou acabar caindo na cratera que abriu na rua semana passada. Ate o fim do dia, garanto. Nao eh, Murphy? Diz pra eles.

Em outro tom, nada de mais pra relatar, apenas o fato de que ja deu para se perceber o quanto o filme dos Simpsons esta sendo a coqueluche do fim-de-semana. Estreou ontem e ja tem materia especial de capa na Time Out, com os lugares da cidade que mais combinam com os de Springfield, pessoas comuns que tem a ver com as personagens e ate indicacoes de onde comer as rosquinhas do Homer e cortar o cabelo como a Marge. Bom, eu nao poderia me importar menos. Nao acho a minima graca nos Simpsons, como ja cansei de falar neste blog. Mas... dado o recado.

Hoje a noite tem o Sonic Youth no Brooklyn. Terca tem o Korn de graca no Pier 17, pra quem comprar o CD novo. O primeiro verei, o segundo nao, estarei em Atlantic City. Mais sobre os shows na segunda, se o tempo permitir.

Querem ver uma coisa gozada? Er... nao, nao eh o que voces estao pensando. Olhem as duas capas aqui embaixo:
Quase identicas, nao? Pois eh. Adivinha qual veio primeiro. A da banda carioca, claro! O Bravery saiu do Brasil no ano passado com o EP do Rockz em maos. Ah, com certeza, muuuita coincidencia que o album novo sai com uma capa que reproduz fielmente o conceito do Rockz. Claro, o pensamento deve ter sido: " Uma merda de bandinha indie brasileira, ninguem conhece, vamos plagiar" .
Bando de poseurs filhos da puta, ja nao basta roubar o som de varias bandas dos anos 80 e o topete do Morrissey, agora vem tungar a criatividade tupiniquim.
Eh isso ai, outra hora eu volto. Vou ali comer um brunch com a Joana.

quinta-feira, julho 26, 2007

FOI MAL, BILLY CORGAN!

Pois é, aconteceu o que eu temia: foram liberados os horários das bandas do Virgin Festival e os Smashing Pumpkins tocarão exatamente no mesmo horário do 311. A despeito de eu já assistir a mais dois shows de Nick Hexum e cia. durante a viagem, não vou deixar de vê-los novamente, que me desculpe a galera de Chicago. 311 é o tipo da banda que não deve vir ao Brasil, ao passo que, segundo o Lucio, os Pumpkins ameaçam vir novamente no final do ano. Isso sem contar o fato de o álbum novo ser mais ou menos, não ter James Iha e tal.

No mais, os horários, assim como os do Rock The Bells, são bem justos e não perderei muita coisa de bom.

quarta-feira, julho 25, 2007

THE TIME IS NIGH

Finalmente superei as intempéries internéticas e estou próximo de concluir os preparativos finais para embarcar em mais uma jornada à caça de shows, bizarrices, aventuras e desventuras, desta vez em terras ianques, algo que me vejo fazendo a cada dois anos, não intencionalmente, por incrível que isto soe. Devido às turnês de minhas bandas favoritas e ao dólar baixo, nem pensei duas vezes em relegar a Itália e Leste Europeu ao segundo lugar.

A partir de sábado, então, prossigo nas narrativas, tão freqüentemente quanto puder. E se os deuses deixarem, retorno são e salvo no dia 26 de agosto.

O roteiro final segue abaixo. É, a maioria dos detalhes é completamente inútil aos leitores deste blog, mas para quem é discípulo de Murphy (com T.O.C.) como eu, sempre é bom ter as informações de que preciso à mão, em último caso (perdas ou furtos), sem precisar acessar sites com a minha senha em cybercafés insalubres.



27/07 - Rio - SP - NYC - Vôo AA950 - 18:25
28/07 - 06:05 - NYC:
  • Vanderbilt YMCA - 224 East 47th St - 815-7571432
  • Sonic Youth plays Daydream Nation w/ The Slits @ McCarren Park Pool - 6 pm - 34-55798/NY1
29/07 - NYC - Rock The Bells Festival - Randall's Island - Rage Against the Machine, Cypress Hill, Wu-Tang Clan, Mos Def, Public Enemy, Talib Kweli, Erykah Badu, MF DOOM, Jedi Mind Tricks, Immortal Technique, Mr. Lif, Pharoahe Monch, Cage, Rakim, Rahzel, Brother Ali, Felt, Hi-Tek, Living Legends, Blueprint, Boot Camp Clik, Hangar 18, Supernatural, Grouch & Eligh, C-Minus, Murs 3:16, Rocky Rock, DJ Mike Relm, Lucky I Am - 12 pm - 31-42380/NY1

30/07 - New Jersey - Dollar Rent - 49 Mall Drive West, Jersey City - 120517470647 - 11 am
31/07 - Atlantic City - Knights Inn Absecon - 531 E Absecon Blvd. - 120560959033
  • 311 @ Borgata Casino - 8 pm - TS-160087806-BOR07:77430505071
01/08 - Philadelphia - Americas Best Value Inn - 2389 Marlton Pike W, Cherry Hill, NJ - 120619023406

  • Beastie Boys @ Festival Pier - 8 pm - 22-58196/PHI
02 e 03/08 - Washington D.C. - Hostelling International DC - 1009 11th St. - 1859-7593950

04 e 05/08 - Baltimore - Americas Best Inn - 6510 Frankford Ave. - 120564303776

  • Virgin Festival - Pimlico Race Course - 311 - Amy Winehouse - Bad Brains - Beastie Boys - Ben Harper and the Innocent Criminals - Booka Shade - Cheap Trick - Chris Cornell - CSS - Danny Tenaglia - Deep Dish (Dubfire + Sharam) - Dieselboy and Andy C. With Mc Messinian and MC GQ - Felix Da Housecat - Fiction Plane - Fountains of Wayne - Girl Talk - Incubus - Infected Mushrom - Interpol - James Zabiela - LCD Soundsystem - M.I.A. - Matisyahu - Miguel Migs - Petalpusher - Modest Mouse - Paolo Nutini - Peter, Bjorn and John - Regina Spektor - Sander Van Doorn - Sasha & John Digweed - Shout out out out out - Smashing Pumpkins - Spook - The Crystal Method - The Fratellis - The Police - TV on the radio - Velvet Revolver - Wu-Tang Clan - Yeahs Yeah Yeahs - Explosions In The Sky - Aiden - 10 am. - 5-23923/WDC
06/08 - NYC - Greenpoint YMCA - 99 Meserole Ave. - 4561-7571445
  • Muse + Cold War Kids @ Madison Square Garden - 8 pm. - 42-19807/NY5
07/08 - NYC - compras
08/08 - NYC - Beastie Boys @ Central Park Summerstage - 5:30 pm.
09/08 - NYC - Beastie Boys @ McCarren Park Pool - 7 pm.
10/08 - Gala Event: Beastie Boys (instrumental) @ Hammerstein Ballroom - 8 pm.
11/08 - NYC - Chicago - La Guardia - Vôo Delta 6465 - 10:55 am. / 12:35 pm. - 120461630365
  • Chicago - Alamo Rent - Midway Terminal - 1 pm. - 120535864403
  • All Rise Gallery - 1542 N. Milwaukee Ave. - 16921-7595431
  • 311 @ Charter One Pavillion - 8 pm - 6-40494/CH1
14/08 - Chicago - Phoenix - O'Hare Airport - Vôo United 1433 - 8 am / 9:41 am - Vôo Phoenix - Los Angeles United 6518 - 10:28 am - 11:57 am.
  • Alamo Rent - LAX Terminal - 1 pm - 120536351404
  • Orbit Hotel - 7950 Melrose Ave.
15/08 - L.A. - Aceyalone @ House Of Blues (comprar)
16/08 - L.A. - The Detroit Cobras @ Troubadour - 8 pm - 54-41880/LA1
17/08 - L.A. - San Francisco - Adelaide Hotel - 5 Isadora Duncan Lane
18/08 - SF - Rock The Bells Festival - McCovey Parking Lot - mesmas atrações - 12 pm - 24-36834/NCA
19/08 - SF - Houston - Meu aniversário!!! - SFO to Denver - Vôo Frontier 654 - 10:40 am / 2:07 pm - Denver - Houston - Vôo Frontier 146 - 3:05 pm - 6:25 pm - 120461367180
20 e 21/08 - Houston (Strange Noize Tour??)
22/08 - Houston - Dallas - New Orleans - alugar carro - Hotel Provincial - 1024 Rue Chartres
23 e 24/08 - New Orleans
25/08 - New Orleans - Miami - MSY - Vôo AA 1220 - 6:15 pm / 9:05 pm. - 120464341875
  • Haddon Hall Hotel - 1500 Collins Ave., South Beach - 120596758304
26/08 - Miami - SP - Rio - Vôo AA 905 - 23:10 pm. / 8:30 am
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