quinta-feira, setembro 27, 2007

SPARE ME THE SUSPENSE

Por um instante duvidei de que conseguiria escrever algo hoje, sóbrio que estou. Ainda duvido. Fora coisas corriqueiras como indicações de séries novas de TV (que realmente pretendo colocar aqui tão logo assista ao remake de Mulher Biônica), não há nada em ebulição pra causar impacto ou suscitar fofoca ou especulações (como as perguntas de amigos sobre quem seria la muse). Mas ela me sorriu hoje. Gossip Girl, wait for tomorrow. (aqui vai o smilie da piscadinha).

Pensei mais cedo em como seria surreal, porém curioso, se eu me engajasse numa jornada pra localizar cada uma de minhas paixões platônicas do passado que sumiu e sossegasse o id ambulante aqui, confrontando-as de alguma forma, tal qual o Rob Gordon (Fleming). "Fernanda, aí está você. Engordou, né? Hmm". "Patrícia, há quanto tempo!!! E aí, casada, com filhos? Como vai a velha chama? Não brilha mais, né? Pena. Não, ando sempre numa boa. Foi mal". "Márcia!! Lembra daquela época, como éramos jovens e burros? Bom, não sou mais jovem, mas pelo menos também não sou mais burro. E você?" "Talita, você continua linda! Vamos tomar algo? Pra minha casa ou pra sua? Uau, essa demorou!"

Ou não. Deveríamos passar 35 anos vivendo e mais 35 consertando as besteiras feitas até ali. Zerar o karma. Nunca errei com essas aí e tantas outras, o destino é que errou comigo. Mas tenho uma lista de erros enormes com diversas outras. My Name Is Byron. Tá vendo, nem a idéia é original, e o Jason Lee tem mais carisma do que eu pra fazê-lo. Eu que sempre me gabei de jamais me encaixar em estereótipo algum, me pego imerso no maior clichê de todos. Posso escrever "o relógio está batendo"? Chutemos o balde, por que não? Meu narcisismo é tanto que até a admissão de minha crise me soa charmosa, um motivo para empatia, pena (mais auto-perceptível do que alheia) e compulsões.

Que venha o hedonismo então, fulminando meu charme como um fósforo em poucos segundos, a única coisa que eu realmente aprendi a fazer, e muito bem. Bring it on.

terça-feira, setembro 25, 2007

BACKLASH

Eu sei, eu sumi. Digito essas linhas tortuosas por influência do vinho. Tortas seriam também se não fosse a formatação do Blogger. Ou Google. Ou o que quer que realmente esteja me controlando a cada tecla. In Vino Veritas. Detesto contestar os romanos ou subverter-lhes no sentido da frase, mas é a mais pura verdade. Contemporânea que seja, não existe no mundo bebida mais poderosa em forçar a confissão da alma alheia do que o vinho. Álcool, por si só, não é suficiente. O vinho, esse liquor que não mata, de que ouvimos relatos de bebedores contumazes e diários que viveram lúcidos até os 100 anos, como se explica, será a ultimate therapy? Poderíamos ser capazes de nos transmutar em xamãs com o cérebro cheio de mescalina e exorcizarmos nossos demônios interiores, ao mesmo tempo em que buscamos iluminação, com banais taças de vinho, esse líquido turvo e roxo?

Bobagem sequer tentar responder. São as palavras de um bêbado, não perceberam ainda? Não levem em consideração.

Devo muito nesse espaço entre o último post e agora. Pagarei minhas dívidas. No interstício do instante em que pisei em solo brasileiro até o presente momento, já encontrei problemas no trabalho, tentativa de suicídio na família e uma crise dos 35 que resolveu sair do papel. Nelson Rodrigues perde.

Mas longe de mim entrar em um clichê tão patético quanto "afogar minhas mágoas". Não quero afogá-las. Nos últimos dias, esforço-me em mantê-las nadando tranqüilamente* num mar de álcool e bílis, à minha disposição para lançar a bóia e usá-las quando me for conveniente.

E toda empolgação em escrever necessita de uma musa. Eu descobri a minha. Ela é linda, ela é diferente de mim, ela tem prazo de validade, ela é inacessível. Como toda musa. E ela tem um sorriso encantador. Como resistir a um sorriso encantador?

No mais, aguardem, escreverei tudo o que prometi.

* - eu uso tremas.
Site  Meter Clicky Web Analytics